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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Mineiros são mais depressivos do que a média do país, diz IBGE

Estado tem 11,1% de incidência de casos, contra 7,6% da média no Brasil, mostra estudo
 
A população mineira sofre mais de depressão do que o restante do Brasil. Esse dado foi revelado pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgado ontem pelo Ministério da Saúde. Enquanto a média brasileira é de 7,6%, em Minas, o número é de 11,1%. A pesquisa foi feita entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014, e 63 mil pessoas foram entrevistadas.
 
A advogada Izabella, 29, está nas estatísticas de depressão. Ela foi diagnosticada há cerca de quatro meses e, desde então, está em tratamento. “Meu ex-namorado começou a ‘ficar’ com uma menina, e ela me mandava mensagens o tempo todo. Isso foi a gota d’água para vir à tona um problema que, depois, eu descobri que já tinha havia muito tempo”, conta.
 
Ela diz que começou a ter vários sintomas: além de uma tristeza profunda, ela não sentia vontade de fazer nada, não queria sair de casa, chorava muito e se sentia irritada com muita frequência. De acordo com o psiquiatra Maurício Lobo de Rezende, presidente da Associação Mineira de Psiquiatria, esses sintomas são o que diferencia a depressão de quadros de tristeza.
 
“Para se diagnosticar a depressão, é preciso que haja irritabilidade, intolerância, nervosismo, desânimo, cansaço, perda da capacidade de sentir prazer, dores pelo corpo e, algumas vezes, tonteiras, insônia, esquecimento. A tristeza é um dos sintomas da depressão e, em alguns casos, ela pode nem estar presente”, explica. A frequente confusão entre depressão e tristeza, aliás, é como Rezende explica os números da doença em Minas.
 
“Em se tratando de depressão, entrevistas com respostas espontâneas dos participantes podem registrar sentimentos de tristeza como depressão. Isso pode causar confusão nos dados”, afirma ele, observando que os dados epidemiológicos do país apontam que a incidência de depressão, na verdade, costuma girar em torno de 20%.
 
Outras doenças
A PNS revelou também que 24% dos mineiros sofrem de hipertensão, contra 21,4% da média brasileira. Quando se trata de colesterol alto, o Estado tem 14,8% de casos – quando o Brasil tem média de 12,5%. A incidência de diabetes também se mostrou levemente superior aqui: 6,4%, contra 6,2% da média Brasil. Minas só ficou atrás nos problemas de coluna, em que tivemos média de 17,6%, enquanto o Brasil tem 18,5%.
 
Procedimento
 
Coleta para exames
A pesquisa de saúde divulgada ontem é a primeira em âmbito nacional a coletar amostras de sangue e de urina da população entrevistada, o que confere mais precisão aos resultados.
 
21,4% afirmam ter hipertensão Rio de Janeiro
A hipertensão, importante fator de risco para doenças cardiovasculares, atinge um em cada cinco brasileiros – 31,3 milhões de pessoas relataram ter sido diagnosticadas com pressão alta. Deste total, 14,1% foram internados por complicações provocadas pela doença.
 
As mulheres foram mais diagnosticadas do que os homens, 24,2% delas ante 18,3% deles. A proporção de homens e mulheres que sofre de pressão alta é maior conforme aumenta a idade – a partir dos 65 anos, a enfermidade afeta mais da metade da população.
 
Muita gordura
 
Maus Hábitos
A pesquisa revelou ainda dados sobre o estilo de vida do brasileiro. 37,2% das pessoas de 18 anos ou mais de idade consomem carne ou frango com excesso de gordura no país, sendo a maioria na região Centro-Oeste (45,7%) e a minoria do Nordeste (29,7%). Deste total, quase a metade (47,2%) dos homens ingerem gordura nesses alimentos, contra 28,3% de mulheres.
 
Poucas frutas
 
Abaixo do ideal
O percentual de pessoas com 18 anos ou mais que consumiam a porção recomendada de hortaliças e frutas chegava a 37,3% – sendo a maioria mulher (39,4%), contra 34,8% de homens. A maioria com idade de 60 anos ou mais (40,1%). Outro dado é que as pessoas com menos instrução (33%) consomem menos desses alimentos que os graduados (45,9%).

O Tempo

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