Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

MP vai aprofundar investigação sobre superfaturamento na Santa Casa de SP

MP vai aprofundar investigação sobre superfaturamento na Santa Casa de SPEnquanto isso, categorias aceitaram adiar greve diante da perspectiva de um empréstimo para pagar salários e 13º atrasado

O promotor de Saúde Pública do Ministério Público de São Paulo Arthur Pinto Filho disse na segunda-feira (15) que pretende ouvir mais um funcionário da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, além dos membros da direção da entidade sobre as denúncias de superfaturamento. A Santa Casa passa por uma grave crise financeira.
 
Segundo o promotor, a testemunha e os dirigentes da instituição devem ser ouvidos após o dia 8 de janeiro, quando o Judiciário retorna do período de recesso de final de ano. Na quarta-feira (10), uma funcionária do hospital prestou depoimento e detalhou os indícios de superfaturamento.
 
“Basicamente, ela disse que havia superfaturamento da empresa Logimed, que é um braço da Andrade Gutierrez, que vende medicamentos na Santa Casa. Mas ela [empresa] não só vende, ela comanda o almoxarifado da Santa Casa, que é formado por funcionários da Logimed. Eles compram os medicamentos que querem, no preço que querem, do jeito que querem”, declarou.
 
No dia seguinte ao depoimento, o relato da funcionária foi confirmado pelo relatório da auditoria externa apresentada pela Secretaria Estadual de Saúde, disse o promotor. Além da irregularidade na compra dos medicamentos, a auditoria constatou superfaturamento de reformas.

Arthur informou que começou a elaborar hoje a representação para o inquérito policial, baseada na declaração feita pelo secretário estadual de Saúde, David Uip, de que a Santa Casa recolhia impostos, mas não efetuava pagamentos aos funcionários. “Isso é apropriação indébita”, disse o promotor.

A auditoria externa constatou que a crise financeira na instituição era maior do que o anunciado em setembro. A primeira auditoria da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, do Ministério da Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo e do Conselho Estadual de Saúde havia apontado que a dívida alcançava R$ 433,5 milhões. A apuração externa, porém, apontou que o montante devido pela Santa Casa soma mais de R$ 773 milhões.

Crise salarial
A greve dos médicos que atuam na Santa Casa de SP prevista para segunda-feira (15) foi adiada, após a categoria aceitar a proposta da instituição, que se comprometeu a fazer um empréstimo para regularizar pagamentos atrasados - honorários e a primeira parcela do 13º salário – até esta quarta-feira (17). A audiência de reconciliação aconteceu na quinta-feira (11) na Superintendência Regional do Trabalho do estado.

Enfermeiros e demais profissionais da entidade devem decidir nos próximos dias se também esperam o pagamento até quarta ou se entram em greve. São cerca de 670 profissionais, principalmente médicos, com os salários de dezembro atrasados. Quanto ao 13º a situação é mais grave: mais de 7 mil funcionários não receberam.

Crise no setor
Santas Casas e hospitais filantrópicos ainda não receberam os repasses referentes aos serviços prestados em novembro, não repassados pelo Governo Federal ao Fundo Nacional de Saúde. O repasse, feito sempre até o dia 10 de cada mês, não foi liberado pelo Tesouro Nacional e não há previsão, segundo alerta feito pela Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB).

Segundo a entidade, a dívida global do setor, incluindo déficits com bancos, fornecedores e dívidas tributárias, deve chegar a R$ 17 bilhões até o fim de 2014.

Para a Média e Alta Complexidade (MAC) falta cerca de R$ 3,5 bilhões, 55% devidos às instituições sem fins lucrativos. Outras rubricas de repasse mensal, como agentes comunitários, Programa Saúde da Família (PSF), Mais Médicos e vigilância sanitária, também estão prejudicados.

Segundo Edson Rogatti, presidente da CMB, os repasses se referem aos pagamentos dos transplantes, tratamentos oncológicos, partos, e sem eles os hospitais não poderão pagar os funcionários e depositar a segunda parcela do 13º. Se não receberem os valores, os hospitais já ameaçam suspender os atendimentos, diz, uma vez que não previsão de quando ocorrerá o repasse.
Saúde Web

Nenhum comentário:

Postar um comentário