O secretário estadual da Saúde, David Uip, voltou a falar nesta quarta-feira (24) sobre falhas na gestão da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, que enfrenta uma grave crise financeira. A auditoria contratada pelo governo de SP mostrou, segundo ele, “que os contratos não favoreceram a Santa Casa”.
— Há problemas nos recursos humanos, muitos funcionários por leito. Uma média de 21. Nós trabalhamos com quatro a cinco [nos hospitais estaduais]. Tem problemas de pagamento de insalubridade, hora extra.
Segundo ele, o problema do hospital não é a falta de dinheiro e sim a má gestão.
— De 2009 a 2014, o Tesouro do Estado repassou para a Santa Casa mais de R$ 826 milhões. É um recurso adicional ao que a Santa Casa recebe do SUS. É uma Santa Casa que não é subfinanciada.
Hoje, a dívida da instituição está avaliada em mais de R$ 820 milhões. Em setembro, o novo superintendente, Irineu Massaia, iniciou um plano de restruturação da Santa Casa. Segundo ele, a operação do hospital não dará mais prejuízo em um prazo de até dois anos.
Mas a situação momentânea ainda é preocupante. Nesta quarta-feira, o governo do Estado liberou R$ 3 milhões emergenciais para a compra de medicamentos e insumos. Tudo para evitar que o atendimento à população seja prejudicado.
Massaia garantiu que as urgências não serão comprometidas. Mas admitiu que pacientes possam ter dificuldades para cirurgias ou exames que não sejam emergenciais. O hospital adotou um esquema de contingenciamento e está decidindo quais procedimentos têm condições de serem realizados.
Muitos funcionários continuam com os salários e até o 13º atrasados. A promessa de que receberiam até o dia 29 deste mês não vai se concretizar. Isso porque a Santa Casa depende de um empréstimo de R$ 44 milhões da Caixa Econômica Federal que só deverá sair no começo de janeiro. Para obter o valor, a instituição vai dar como garantia um imóvel que possui na avenida Paulista, avaliado em R$ 70 milhões.
Uma sindicância interna também apura as falhas no hospital. Ontem, foi formalizado o afastamento do provedor da instituição, Kalil Rocha Abdalla, que tirou uma licença de 90 dias, ou até o fim da apuração. No lugar dele, assume Ruy Altenfelder.
R7
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