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A candidíase oral, popularmente conhecida como sapinho, é uma infecção causada por um fungo que causa dor, desconforto e uma mancha branca na boca. Hoje, os remédios vendidos para o sapinho pedem que a pessoa faça bochechos longos para que o produto permaneça o máximo de tempo em contato com a área afetada. “O paciente deve bochechar 5 ml do líquido durante cinco minutos e depois cuspir”, diz Michelle Barão de Aguiar, pesquisadora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.
Para dificultar ainda mais o tratamento, a nistatina, substância base desses remédios, é eficaz e segura, mas tem um sabor bem desagradável. “Esse fato pode parecer irrelevante, mas dificulta a adesão dos pacientes ao tratamento. Muitos não seguem as instruções e acabam por não terminar o tratamento”, diz Michelle
Outro ponto negativo do uso da nistatina na forma que ela se apresenta hoje é a dificuldade para se misturar com a água. “Caso ela fosse mais solúvel em água, levando em conta que a boca é banhada pela saliva, seu efeito e contato com a área afetada poderiam ser melhores”, diz Michelle.
Benefícios do novo gel
Com base nessas informações, Michelle sentiu que podia desenvolver outro tipo de remédio para tornar o tratamento dessa doença algo mais fácil, principalmente porque entre suas vítimas mais comuns estão as grávidas e as crianças, dois perfis que costumam enfrentar resistência a sabores desagradáveis.
A ideia do gel elimina esses “bochechos infinitos” e aumenta o contato entra a mucosa oral e o remédio. “O gel será de feito de nistatina, mas em um sistema farmacêutico que melhora a solubilidade em água, ou seja, a substância se dissolverá melhor na saliva aumentando seu poder de alcance e adesão”, diz a pesquisadora.
Entenda o problema
Mais comuns em bebês, por ainda não terem um sistema imunológico formado e forte, o sapinho pode ser facilmente confundido com resquício de leite no fundo da boca. “Para sua prevenção é necessária a lavagem frequente das mãos, higienização e fervura adequada de mamadeiras e chupetas após cada uso, além da troca frequente de fraldas, pois essa doença também pode se apresentar nas dobras da pele do bebê”, diz Cristina Rodrigues da Cruz, infectopediatra da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Embora o sapinho não seja uma doença fatal, seus sintomas e seus desdobramentos podem ter efeitos graves. “Os pacientes relatam perda de apetite, dor, dificuldade de deglutição e ardência, e, sem o devido tratamento, o paciente pode desenvolver uma infecção no sangue causada pelo próprio fungo. Esse quadro sim é grave, e pode ser fatal”, diz Michelle.
Terra
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