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sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Tudo sobre a Vitamina D

A vitamina D pertence às vitaminas conhecidas como lipossolúveis, abaixo você encontrará todas as informações sobre esta vitamina
 
Nomes
Nome em português: vitamina D (às vezes chamada de vitamina do sol). A forma ativa da vitamina D, tranformada no organismo, é chamada calcitriol (ver abaixo).
 
Há duas formas principais de vitamina D não ativa: vitamina D3 (colecalciferol) de origem animal e a vitamina D2 (ergosterol) de origem vegetal.
 
Nome científico: colecalciferol, calciferol (ver explicação abaixo)
 
Sol e síntese de vitamina D
Sob o efeito dos raios UVB do sol, uma molécula da pele chamada 7DHC (derivada de colesterol) é convertida em colecalciferol (vitamina D3).
 
Transformação na forma ativa (vitamina D ou calcitriol)
A vitamina D, como o colecalciferol e o ergosterol, adquiridos pela alimentação, por suplementos alimentares, assim como a vitamina D sintetizada na pele pelo efeito da luz do sol (raios UVB), deve passar pelo fígado para ser transformado em vitamina D3 25OH (determina-se a dose deste hormônio para saber a quantidade de vitamina D no corpo, ver abaixo) e pelos rins ou outras células do corpo (próstata, mama, cólon ) para ser finalmente convertida na sua forma ativa, o calcitriol (1,25vitamina D, 1,25-di-hidroxicolecalciferol ou 1,25-di-hidroxivitamina D) ou vitamina D.
 
Onde podemos encontrar a Vitamina D?
 
Nos alimentos
No óleo de fígado de bacalhau (1 colher de sopa de fígado de bacalhau contém 1.360 UI de vitamina D), peixes gordos, salmão, fígado de frango, margarina, gema de ovo, produtos lácteos integrais e semi-desnatados, cereais, etc.
 
A luz solar (raios UVB)
A vitamina D pode ser sintetizada na pele por efeito dos raios UVB do sol (também os raios UVB de cabines de bronzeamento). Em muitos países é a principal fonte de vitamina D. Para a maioria das pessoas a síntese de vitamina D a partir da luz solar representa cerca de 80 a 100% da ingestão de vitamina D.
 
Sabe-se que a aplicação de protetor solar com fator de proteção (FPS) 15 reduz em 98% a produção de vitamina D através da pele sob o efeito dos raios UV.
 
É importante saber que a poluição encontrada no ar, como em Pequim (China), pode reduzir maciçamente a produção de vitamina D pela pele. Estas partículas de poluição do ar absorvem uma parte dos raios UVB.
 
A produção de vitamina D através do sol em uma pessoa de 70 anos ao mais equivale a apenas 25% da quantidade produzida por uma pessoa de 20 anos exposta à mesma quantidade de sol (fonte: Am J Clin Nutr 2004;80:1678-1688).
 
Suplemento alimentar
Pode-se encontrar a vitamina D em suplementos alimentares (cápsulas, gotas), consulte o farmacêutico.
 
Dose diária recomendada
Dose diária recomendada, também chamada de DDR para o aporte cotidiano recomendado:
1 UI = 0,00025mg = 0,025μg (1 milionésimo de grama)
 
O Instituto de Medicina dos EUA recomenda:
Adultos com idade inferior a 70 anos: 600 UI/dia (15 µg/dia)
Adultos com idade superior a 70 anos: 800 UI/dia (20 µg/dia)
Os especialistas americanos não recomendam o consumo de mais de 4.000 UI por dia.

Quantidade recomendada
por autoridades canadenses

A sociedade canadense de câncer recomenda:
Para prevenir o câncer em adultos: 1.000 UI/dia (25 µg/dia) de vitamina D no outono e no inverno. Em pessoas que estão em risco de deficiência, consumir 1.000 UI/dia durante todo o ano.

Algumas pessoas estimam que no Canadá a dose diária deva ser de 2.000 UI a 4.000 UI por dia.

Em caso de exposição ao sol no verão entre 10h e 15h (antes e depois destes horários os raios solares contêm muito pouco UVB, apenas este tipo de UV pode sintetizar a vitamina D) por cerca de 10 a 20 minutos e sem uso de filtros solares, a dose externa de vitamina D por suplementos dietéticos pode ser reduzida.
 
Outras recomendações para o uso de vitamina D
Algumas mídias e médicos recomendam:
Até 1 ano: 400 a 1000 UI/dia de vitamina D.
De 1 a 18 anos: 600 a 1000 UI/dia de vitamina D.
A partir de 19 anos: 1.500 a 2.000 Ul/dia de vitamina D.
 
Indicações da Vitamina D
– Prevenção da osteoporose, manutenção do equilíbrio do cálcio, que contribui na formação de ossos e dentes (especialmente nas crianças), ajuda na coagulação, na redução de fraturas por queda (de acordo com um estudo publicado em 2009 no British Medical Journal, as preparações de vitamina D reduzem o risco geral de fratura em 14%, para fraturas de quadril a diminuição é de 9%).
 
– Prevenção do câncer, como no livro “Câncer” de David Servan-Schreiber, particularmente o câncer colorretal. Também na prevenção do câncer de pele (possível efeito contra o câncer, os estudos são contraditórios).
 
Nos Estados Unidos, o renomado Instituto médico Nacional Institutes of Health (NIH) não recomenda o uso de vitamina D na prevenção do câncer, por falta de provas, é estimado que não haja uma relação causa-efeito entre os baixos níveis de vitamina D, muitas vezes observado no tumor, e o desenvolvimento de um câncer.
 
– Prevenção de doenças cardiovasculares (possível efeito, os estudos são contraditórios).

 Observação: um estudo mostrou que a vitamina D era inútil contra a hipertensão
 
– Lúpus e outras doenças autoimunes (possível efeito, os estudos são contraditórios).
 
– Esclerose múltipla (possível efeito).
 
– Possível prevenção da doença de Alzheimer. De fato, foi observada uma correlação entre a deficiência de vitamina D e o Alzheimer, como mostram vários estudos, incluindo um estudo britânico publicado em agosto de 2014. De acordo com o estudo britânico, o risco de sofrer de Alzheimer aumentou em 69% nos participantes com deficiência moderada de vitamina D e foi até 122% nos participantes com deficiência grave. Note que esta é uma observação e não necessariamente um sinal de causa e efeito.
 
– Possível prevenção da diabetes. Sabe-se que a vitamina D aumenta a secreção e a sensibilidade da insulina por provocar uma diminuição do número de receptores de insulina. A vitamina D teria, assim, um efeito contra a diabetes.
 
Efeitos
– Aumenta a absorção e acumulação de cálcio em associação com o PTH (hormônio da paratireoide).

Estima-se que
quase todas as células do organismo possuem receptores para a vitamina D, que é a razão pela qual se fala muitas vezes em hormônio ao se tratar dessa vitamina, também por seu papel como mensageiro.
 
Carência
 
Sintomas da carência de vitamina D– Problemas ósseos e dentários, osteoporose, raquitismo nas crianças, osteomalacia em adultos, agitação, fraqueza óssea, dores musculares, etc.
 
Os médicos podem pedir a dosagem de vitamina D, em particular, um conhecido metabólito chamado vitamina D3 25OH, no sangue. Uma quantidade de vitamina D3 25OH é considerada normal entre 30 e 100 ng/ml, valor limite de 20 a 30 ng/ml, insuficiente para 10 a 20 ng/ml e deficiência importante para menos de 10 ng/ml. (fonte: Jornal Clinic EndocrinologyMetabolism, 2005).
 
Possíveis causas de deficiência de vitamina D
– Má alimentação, falta de exposição ao sol, certos medicamentos como a cortisona e antiepilépticos, pessoas que realizaram cirurgia bariátrica.
 
Excessos
– Mais do que 1800 UI por dia, risco de toxicidade em crianças e nos adultos sintomas intestinais (diarreia), anorexia.
 
No entanto, de acordo com o Prof. Michael Holick, um dos maiores especialistas em vitamina D da Universidade de Boston (EUA), a intoxicação por vitamina D pode ocorrer somente se um adulto consumir 10.000 UI de vitamina D por dia durante 6meses ou mais. O Prof. Holick escreveu um livro de sucesso com o título original “A Solução da vitamina D” sobre a vitamina D, ele é um fã do uso desta vitamina em doses elevadas para tratar e prevenir várias doenças, tais como câncer e doenças cardiovasculares.
 
É importante saber que a produção de vitamina D como resultado do efeito dos raios UVB do sol não pode levar a intoxicação, porque o corpo é auto regulável (regula a si mesmo). Entretanto, uma ingestão de vitamina D na forma de suplementos alimentares pode levar a intoxicação (especialmente de cálcio) em caso de consumo excessivo.
 
Síntese da Vitamina D ao nível químico
 
Sol e síntese de vitamina D
Sob o efeito dos raios UVB, uma molécula da pele chamada 7-dehidrocolesterol (um derivado do colesterol) é convertido para pré-vitamina D3 e em seguida para colecalciferol (vitamina D3).
 
Transformação na sua forma ativa (vitamina D ou calcitriol)O colecalciferol (vitamina D3), absorvido pela alimentação, por um suplemento alimentar ou sintetizado pela pele sob o efeito da luz do sol (UVB), passa através do fígado para ser transformado em 25OH vitamina D3  ou 25-hidroxivitamina D3 (este metabolito é dosado, como a 25OH vitamina D2, para verificar a quantidade de vitamina D do organismo, ver abaixo) e em seguida passa pelos rins ou por outras células do corpo (próstata, mama, cólon) para finalmente ser convertido na sua forma ativa, o calcitriol (1,25 vitamina D3, 1,25-di-hidroxicolecalciferol ou 1,25-di-hidroxivitamina D3).
 
O ergosterol (vitamina D2) absorvido a partir de alimentos (vegetais) ou um suplemento alimentar, passa através do fígado para ser convertido em 25OH vitamina D2 ou 25-hidroxivitamina D2 (este metabólito também é dosado, assim como a  25OH vitamina D3, para saber a quantidade de vitamina D no corpo, leia abaixo).
 
síntese de vitamina D
 
Notas
– As crianças pouco expostas ao sol podem desenvolver raquitismo.
 
– É aconselhável se expor ao sol todos os dias por cerca de 20 minutos, especialmente no final da primavera e no verão, sem o uso de protetor solar (ler o artigo sobre o dilema da exposição ao sol), pois este absorve uma quantidade muito grande de UVB. Durante o uso de filtros solares, a síntese da vitamina D é muito baixa.
 
- No verão, estima-se que o organismo produza em 20 minutos cerca de 10.000 UI de vitamina D.
 
- Algumas fontes estimam que a exposição ao sol por 5 minutos 3 vezes por semana seria suficiente para sintetizar a vitamina D em quantidades necessárias.
 
- A duração desta exposição depende de vários fatores tais como o tipo de pele, o período do ano e do dia, além da latitude. Pessoas com pele escura demoram mais tempo para sintetizar a vitamina D (cerca de 20-30 minutos) do que as pessoas com pele clara (cerca de 10 minutos).
 
- Sempre evitar exposição excessiva ao sol, um risco significativo de câncer de pele.
 
- Sabemos também que à medida que envelhecemos, a produção de vitamina D a partir do sol é menos eficaz, nesse caso é fortemente recomendado tomar a vitamina D como suplemento alimentar.
 
- Como a vitamina D é uma molécula solúvel em gordura, permanece armazenada no tecido adiposo e pode ser liberada depois de vários meses, especialmente no inverno. Em outras palavras, uma pessoa bem exposta ao sol no verão pode desfrutar de vários meses de vitamina em quantidade suficiente.
 
- Em relação à exposição solar, as regiões do corpo em que devemos preferir a exposição são as dos braços ou das pernas. A pele facial produz pouca vitamina D, além de ser muito sensível.
 
– Estima-se que na França 70% a 80% das pessoas têm falta de vitamina D. Esta porcentagem sobem para 90% entre as mulheres com mais de 45 anos. Assim, é também importante à exposição ao sol por 20 minutos ou tomar suplementos alimentares que contêm vitamina D. Além disso, mais de 20% dos franceses estão em um estado de deficiência significativa de vitamina D.
 
– Para as mulheres grávidas, lactantes e com crianças pequenas, o suplemento de vitamina D é necessário. Converse com seu médico para a dose recomendada.

– Vários estudos têm mostrado e mostrarão (ainda faltam estudos clínicos para confirmar 100% de eficiência) que a vitamina D consumida na dose certa (não exceder a dose diária) pode ter um efeito curativo ou preventivo contra diversas doenças crônicas, como o câncer, lúpus e outras doenças autoimunes. Isso faz com que a vitamina D seja uma das vitaminas mais interessantes e úteis em termos médicos.
 
– No entanto, alguns especialistas são mais críticos e afirmam que a maioria das pessoas começa a sofrer de uma deficiência de vitamina D a partir da idade de 65 anos, ou seja, a falta de vitamina D é relativamente rara antes dos 65 anos. Esses especialistas criticam a ideia de pensar que a vitamina D seria uma cura milagrosa, no fim, poucos estudos científicos de referência e em grande escala mostraram os resultados de forma clara e evidente.
 
– É impossível ter intoxicação por vitamina D em casos de exposição prolongada ao sol.
 
– Se a administração de vitamina D for através de suplemento alimentar é possível consumi-lo antes, durante ou depois da refeição.
 

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