Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinou hoje (15) acordo de cooperação tecnológica e de licença de patente para a produção do Bioinseticida BTI com o objetivo de combater doenças como a dengue e a malária.
O acordo foi assinado por meio da Farmanguinhos com a empresa BR3, vencedora do edital para a produção do bioinseticida e que terá a exclusividade dos produtos, que deverão entrar no mercado dentro de dois a três anos.
O Bioinseticida BTI foi desenvolvido pela própria Fiocruz. De origem biológica, ele combate os mosquitos transmissores da dengue, malária e filariose - três das principais doenças tropicais que matam milhares de pessoas todos os anos no Brasil.
O bioinseticida foi desenvolvido pela equipe da pesquisadora Elizathe Gomes Sanchez ao longo dos últimos dez anos e resultou na montagem de um projeto que atenderá à demanda para o tratamento da dengue, malária e filariose, além de produtos agrícolas.
"Todos são produtos dentro da linha de biológicos – todos larvicidas que atuam especificamente sobre as larvas dos mosquitos e não sobre os mosquitos alados, o que permite uma eficácia e uma abrangência bem maior”, explicou a pesquisadora.
Segundo a pesquisadores, o bioinseticida é feito a partir de bactérias existentes no solo brasileiro, que foram isoladas de forma a produzir os tipos diferentes de pesticida.
Biodegradável, o bioinseticida ataca apenas a larva-alvo, “não causando impactos ao meio ambiente, na medida em que substitui a utilização de produtos químicos nos ambientes aquáticos”, esclareceu Sanchez.
A BR3 venceu a licitação para explorar e comercializar em larga escala o produto, já patenteado, no varejo e com órgãos ligados à saúde pública.
Segundo o edital, a empresa será responsável pelo uso e exploração - testes, fabricação, registro, uso e comercialização – dos bioinseticidas.
Os produtos foram criados a partir das bactérias Bacillus thuringiensis e Bacillus sphaericus, encontradas no solo brasileiro e isoladas no laboratório de Farmanguinhos.
Essa nova arma atua contra as larvas do mosquito transmissor da dengue. Aplicado nos criadouros, o produto é ingerido pelas larvas Aedes aegypti, que, entre duas a quatro horas após a ingestão, sofrem uma paralisação de seus músculos bucais e não conseguem mais se alimentar. Em seguida, as bactérias criam resistência, causando infecção interna nas larvas já debilitadas, eliminando-as.
O diretor-presidente da BR3, Rodrigo Perez, afirmou que a empresa, em um primeiro momento, pretende investir cerca de R$ 2 milhões no projeto, mas vai aumentar os investimentos com a construção de uma planta de processo em Taubaté (SP), em uma segunda etapa.
“A nossa intenção é colocar o produto no mercado em um prazo máximo de dois anos. Para tanto, vamos investir inicialmente R$ milhões. Nos nossos planos, está o atendimento ao mercado doméstico (inclusive com a venda dos produtos em supermercados), às necessidades governamentais e até ao mercado externo, uma vez que a dengue é uma doença presente em vários países.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário