DA FRANCE PRESSE
Um grupo de pesquisadores americanos descobriu que as células epidérmicas podem se tornar poderosas ferramentas para tratar uma das mais enigmáticas doenças da mente, a esquizofrenia, segundo um estudo publicado na quarta-feira (13) pelo site da revista britânica "Nature".
Os cientistas coletaram amostras de células epidérmicas de pacientes esquizofrênicos e as fizeram "regredir" para um estado mais primitivo e versátil, no qual são chamadas de células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs).
Uma vez convertidas nestas "páginas em branco", as células eram cultivadas quimicamente para se transformarem em células cerebrais. Assim, podiam ser estudadas e manipuladas para uma análise "individualizada" da esquizofrenia de cada paciente.
"Utilizando este método, podemos descobrir como um medicamento em particular vai afetar as células cerebrais deste paciente específico, tornando desnecessário que o paciente teste a droga e sofra os efeitos colaterais", explicou Gong Chen, especialista da Universidade Penn State, na Pensilvânia.
"O paciente pode ser sua própria cobaia para a definição de seu tratamento, sem precisar experimentar os medicamentos diretamente", acrescentou.
A esquizofrenia é um mal complexo, cujas causas são atribuídas tanto a fatores hereditários quanto ambientais.
Sua principal característica são delírios paranóicos e alucinações com vozes. Calcula-se que cerca de 1% da população mundial seja afetada pela doença em maior ou menor grau.
Exames descobriram que neurônios cultivados em laboratório de pacientes esquizofrênicos criam menos conexões entre si em comparação a células cerebrais de indivíduos saudáveis.
Os cientistas então aplicaram alguns dos medicamentos antipsicóticos mais usados atualmente no tratamento da esquizofrenia para observar se eles eram capazes de fazer com que o número de conexões aumentasse.
O único que gerou este efeito foi o Loxapine, embora seu uso tenha acarretado um efeito cascata inesperado sobre centenas de genes.
O uso das iPSCs em pesquisas médicas gera grande expectativa desde sua descoberta, em 2006. A ideia é usá-las como "piloto de testes" sem o peso do questionamento ético que normalmente acompanha o uso de células-tronco embrionárias.
Alguns cientistas, entretanto, indagam se as iPSCs são de fato uma fonte biológica confiável. Um estudo publicado pela própria Nature em fevereiro apontou que cadeias periféricas de seu código genético (conhecidas como epigenoma), apresentam alguns erros de reprogramação.
A group of U.S. researchers discovered that skin cells can become powerful tools for addressing one of the most enigmatic disease of the mind, schizophrenia, according to a study published on Wednesday (13) for the site of the British journal Nature.
The scientists collected samples of epidermal cells of schizophrenic patients and did "regress" to a more primitive state, versatile, which are called induced pluripotent stem cells (iPSCs).
Once converted these "blank pages", the cells were grown chemically to transform into brain cells. Thus, they could be studied and manipulated to an analysis "individualized" for each patient of schizophrenia.
"Using this method, we can figure out how a particular drug will affect the brain cells of this particular patient, making it unnecessary for the patient to test the drug and suffered side effects," said Chen Gong, an expert at Penn State University, Pennsylvania.
"The patient can be his own guinea pig for the definition of treatment, without having to experience the drug directly," he added.
Schizophrenia is a disease complex, whose causes are attributed to both hereditary and environmental factors.
Its main feature is paranoid delusions and hallucinations of voices. It is estimated that about 1% of world population is affected by the disease to a greater or lesser degree.
Investigations found that neurons cultured in the laboratory of schizophrenic patients create connections between themselves less as compared to brain cells from healthy individuals.
The scientists then applied some of the most antipsychotic drugs currently used to treat schizophrenia to see if they were able to get the number of connections increased.
The only one that produced this effect was Loxapine, although its use has led to an unexpected ripple effect on hundreds of genes.
The use of iPSCs in medical research is generating great expectations since its discovery in 2006. The idea is to use them as a "test pilot" without the weight of ethical inquiries that typically accompanies the use of embryonic stem cells.
Some scientists, however, question whether the iPSCs are indeed a reliable biological source. A study published by Nature itself in February showed that peripheral chains of their genetic code (known as the epigenome) have some errors in reprogramming.
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