O Fundo Mundial de Luta contra Aids, Tuberculose e Malária liberou uma cifra recorde de US$ 3 bilhões em 2010, mas considera que o financiamento previsto para os próximos anos é insuficiente.
O diretor-geral do Fundo, Michel Kazatchkine, apresentou na quinta-feira (19), em Paris, o informe anual do Fundo, criado em 2002.
"Três milhões de pessoas recebem terapia antirretroviral no âmbito de programas apoiados pelo Fundo", uma instituição com financiamento público e privado e com sede em Genebra, destacou o documento.
Além disso, foram distribuídos 160 milhões de mosquiteiros com inseticida contra a malária desde 2002 (56 milhões em 2010). Nos países onde a malária é endêmica, a mortalidade caiu mais de 50% em três anos, mas muitos destes mosquiteiros, que podem ser usados por cinco anos, terão que ser substituídos.
Por outro lado, foram detectados e atendidos 7,7 milhões de casos de tuberculose, com aumento de 29% em 2010. Um importante esforço foi feito na luta contra a tuberculose multirresistente, cujo tratamento é mais difícil e caro. Assim, o número de pessoas tratadas aumentou 50%.
De 2002 a 2010, o Fundo destinou 21,7 bilhões de subvenções na luta contra a Aids, a malária e a tuberculose.
No entanto, várias associações destacaram que os fundos aportados pelos países ricos do G8 "caem desde 2008".
Para Kazatchkine, que procurará convencer os países com maiores recursos a aumentar sua ajuda, se não forem aumentados os fundos previstos pelos governos, será "impossível fazer certas intervenções fundamentais".
Kazatchkine, que também quer convencer os países emergentes (Brasil, México, China, Índia e África do Sul) a contribuir com o Fundo, tentará em 26 de maio próximo conseguir com que os países do G8 aumentem sua contribuição.
Segundo ele, um imposto às transações financeiras também permitiria aumentar os fundos para lutar contra as três doenças.
O Fundo conta com promessas de doações de US$ 11,7 bilhões para o período 2011-2013, ou seja, 20% a mais que entre 2008 e 2010, mas estes fundos são insuficientes.
"Precisamos mais para poder ter em 2015 um mundo sem ninguém que morra de malária, onde nenhuma criança nasça infectada pelo vírus da Aids (há entre 350.000 e 400.000 ao ano) e onde pelo menos 70% a 80% dos doentes que precisam de tratamento contra a Aids possam recebê-lo", disse Kazatchkine.
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