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domingo, 22 de maio de 2011

Conheça as causas e os tratamentos para infertilidade feminina

Não é fácil para uma mulher descobrir que é infértil e não pode gerar filhos. A notícia pode ser frustrante tanto para ela quanto para o seu companheiro. Além disso, as dúvidas em torno do assunto ainda são frequentes e existem muitos tabus.


Para esclarecer algumas dúvidas o eBand conversou com o Dr. Mauricio Abrão, professor associado de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo). De acordo com ele, a infertilidade feminina pode ter uma variedade de causas, mas a boa notícia é que, na maioria das vezes, o problema pode ser tratado.

“Existem vários fatores que podem causar a infertilidade feminina. As maiores causas são: o avançar da idade, alterações na ovulação, obstrução nas trompas, endometriose e alterações no colo ou no útero. Mulheres que fumam, consomem bebida alcoólica em demasia, vivem estressadas ou estão acima do peso são sérias candidatas a ter problemas em sua capacidade reprodutiva”, afirma Abrão.

Além desses fatores, algumas doenças ginecológicas também são responsáveis pela dificuldade de engravidar. Miomas, doença inflamatória pélvica, distúrbios vulatórios, doenças da tireóide, doenças do colo uterino são algumas delas.

O diagnóstico da infertilidade deve ser feito investigando-se todas as possibilidades. “As causas hormonais, por exemplo, serão diagnosticadas por meio de um exame. Já as causas tuboperitoniais, através de raio-x do útero”, explica o médico.

Segundo Abrão, as causas genéticas de infertilidade feminina são raras. “Existem alguns fatores genéticos e imunológicos que ainda são muito subjetivos, mas obviamente o conhecimento disso está aumentando."

Tratamento

É importante lembrar que infértil não é o mesmo que estéril. Ao contrário da infertilidade, a esterilidade é uma condição permanente e irreversível. “Por isso, existem várias formas de se tratar a infertilidade, mas isso vai depender diretamente da causa. Por exemplo, se for uma causa de infecção, o tratamento é através de remédios. No caso da endometriose pode ser um tratamento cirúrgico ou não”, diz.

Quanto às técnicas que usam hormônios, novos medicamentos fazem com que elas sejam menos desconfortáveis para as mulheres. O especialista explica que, isoladamente, esses tratamentos com hormônios podem ser usados para aquelas causas relacionadas a distúrbios da ovulação, mas explica que é preciso avaliar e escolher apropriadamente.

“Tentamos corrigir o problema de base ou utilizamos medicamentos que estimulam os ovários a ter uma ovulação mais fisiológica. Mas vale lembrar que é importante procurar um médico, pois ele é quem irá saber qual é o melhor tratamento, afinal cada caso é um caso”, explica Abrão.

Alternativas

Com o avanço da tecnologia, novos recursos tornam a reprodução assistida cada vez mais procurada e eficiente. “Do ponto de vista laboratorial, existem grandes desenvolvimentos nos meios de cultura para os embriões, assim como métodos que tentam possibilitar maior acerto no momento da seleção do embrião com maior potencial reprodutivo. Por isso a reprodução assistida é uma técnica indicada para isso”, diz o especialista.

Existem alguns tipos diferentes de fertilização assistida e as opções mais comuns são: relação sexual programada, inseminação intra-uterina, fertilização in vitro e injeção intracitoplasmática de espermatozóides. Mas há ainda outras possibilidades, como o congelamento de óvulos e espermatozóides, a doação de óvulos, o banco de sêmen e o diagnóstico genético de embriões.

De acordo com Abrão, a fertilização in vitro consiste na mais sofisticada e avançada de todas as técnicas. “O procedimento dela funciona da seguinte maneira: a mulher recebe alguns hormônios e esses óvulos crescem de pequenos cistos com líquido, que são chamados folículos. Logo depois, são aspirados através de uma agulha especial e colocados em contato com espermatozóides permitindo a sua fecundação fora do corpo da mãe. Eles são desenvolvidos inicialmente em laboratório retornando, a seguir, ao útero para finalizar o crescimento do futuro bebê", conclui o médico.

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