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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Hospitais de SP têm meta para reduzir infecções

Em 50 unidades do Estado, ação busca diminuir em 30% o número de infecções da corrente sanguínea, mais graves

Fernanda Bassette - O Estado de S.Paulo

Um projeto-piloto envolvendo 50 hospitais públicos e particulares do Estado tem pretende reduzir em 30% os índices de infecção hospitalar da corrente sanguínea nas UTIs. Dados da Secretaria de Estado da Saúde apontam que esse tipo de infecção cresceu 22,46% em seis anos.

Na maioria das vezes, essas infecções são associadas ao uso de um cateter venoso central - tubo plástico inserido em uma veia grossa do paciente para aplicação de medicamentos e monitoramento da pressão arterial.

Segundo a secretaria, as infecções saltaram de 4,14 para 5,07 casos por 1 mil internações entre 2004 e 2010 - enquanto tipos mais comuns, como infecções do trato urinário (associadas ao uso de sondas) ou das vias respiratórias (em pacientes que estão entubados) regrediram.

"De maneira geral, as infecções da corrente sanguínea são mais graves porque causam mais morbidade, aumentam o tempo de internação e podem evoluir para óbito", diz Denise Brandão, diretora técnica da Divisão de Infecção Hospitalar do Centro de Vigilância Epidemiológica .

Segundo ela, como não houve redução dos casos no período - e sim uma tendência à estabilização -, a secretaria percebeu que seria necessário atuar de forma mais incisiva.

Meta nacional. O programa foi implantado em março pela Secretaria da Saúde. O objetivo é diminuir os índices de infecção e cumprir a meta estabelecida em 2010 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O governo quer que todos os hospitais com mais de dez leitos de UTI reduzam em 30% os casos de infecção da corrente sanguínea num prazo de três anos.

Como não havia um indicador nacional padronizado, cada hospital controlava os índices de uma maneira. "Não tínhamos um dado fiel porque as informações não eram sensíveis. Sentimos que havia necessidade de um controle mais adequado desse tipo de infecção", diz Magda Costa, da Unidade de Investigação e Prevenção das Infecções e Efeitos Adversos da Anvisa.

Segundo Magda, o indicador de infecção hospitalar reflete na qualidade do hospital. "O cateter é uma porta de entrada e um meio de comunicação entre o exterior e a corrente sanguínea, que é estéril. Se for implantado e manipulado corretamente, as infecções diminuem", avalia.

Evitável. Para Vera Lúcia Borrasca, presidente da Associação Paulista de Epidemiologia e Controle de Infecção Relacionada à Assistência a Saúde, embora esteja entre os tipos mais comuns, a infecção da corrente sanguínea pode ser evitada se forem tomados todos os cuidados.

Ela explica que os cateteres são inseridos em veias calibrosas - pelo volume de medicamentos que o paciente recebe na UTI - e devem permanecer no paciente o menor tempo possível. "A flora da pele das mãos do profissional de saúde é um dos mecanismos de contaminação."

Segundo Vera, há uma série de recomendações que devem ser seguidas para evitar a contaminação do cateter. Entre elas estão higienizar as mãos antes de manipular o equipamento, criar uma barreira máxima de proteção no momento da inserção do cateter (com uso de avental estéril, luva, gorro e máscara, além de cobrir o paciente com um campo também estéril), usar antissépticos para fazer a limpeza adequada e, por último, checar frequentemente se o paciente realmente ainda precisa do cateter.

Retrato

90%
dos casos de infecção da corrente sanguínea estão associados ao uso de cateter venoso central

14
é o número médio de dias que o paciente fica internado na UTI

50%
dos pacientes com esse tipo de infecção morrem, em média


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