por Saúde Business Web
17/05/2011
Em pronunciamento, diretora da OMS pede a todos que se lembrem das pessoas
Nesta segunda-feira, (16), teve inicio a 64ª Assembléia Mundial de Saúde, em Genebra, na Suíça. O evento contou com a presença dos representantes dos 193 Estados-membros da Organização Mundial de Saúde, que discutirão a nomeação do diretor-geral, a supervisão das políticas financeiras, revisão e aprovação do orçamento-programa proposto, entre outros assuntos ligados ao setor. O encerramento será realizado na próxima terça-feira, (24).
A diretora geral da OMS, Margareth Chan fez um discurno na abertura do encontro e falou principalmente para que as autoridades não se esqueçam das pessoas. "Todos os debates e discussões só têm sentido quando melhoram a saúde das pessoas e aliviam seu sofrimento".
Acompanhe o discurso na íntegra:
Senhor Presidente, Excelências, Honoráveis Ministros, Distintos Delegados, Amigos da família da Organização das Nações Unidas, Senhoras e Senhores.
Já realizo esse serviço há cinco anos. Algumas vezes, durante reuniões, me vejo obrigada a interromper e fazer um simples pedido: lembrem-se das pessoas.
Nunca se esqueçam das pessoas. Todos os debates e discussões só têm sentido quando melhoram a saúde das pessoas e aliviam seu sofrimento.
Pessoalmente, quando me lembro das pessoas que conheci nesse serviço, dois encontros especiais me vêm à mente.
Em 2009, visitei uma ala de malária na Tanzânia, uma ala lotada com pequenas crianças doentes e suas mães, em vigília ansiosa. Segurei a mão de uma criança muito doente e senti a intensidade da angústia de sua mãe.
Toquei o ombro de outra criança, já sentada, no caminho da recuperação, graças ao pronto e efetivo tratamento antimalaria e compartilhei a alegria do alívio de sua mãe.
Em 2010, visitei, conversei e troquei abraços com um grupo de mulheres em Bangladesh, que estavam participando de um programa de microcrédito da comunidade.
Elas tinham o orgulho proveniente de dar a seus filhos uma boa educação, colocar a comida na mesa, ganhar seu próprio dinheiro, e comprar seu autorrespeito. Essas mulheres têm poder e gostam disso.
Dedico esse discurso à memória dessas mulheres e crianças.
Senhoras e senhores,
Acredito que todos que estão nessa sala, trabalham para a melhoria da saúde. Apesar de momentos difíceis, podemos nos orgulhar de uma longa série de conquistas.
Lembrem-se das pessoas.
A epidemia de meningite não é a maior causa de mortes na África, mas está entre as doenças mais temidas. É fácil de entender o motivo: o rápido contágio, a rápida progressão para uma doença mais grave, as longas filas de pessoas esperando pela vacina após o início da epidemia.
As ruas vazias, as mortes, as semanas que pais velaram por suas crianças em hospitais. As crianças que sobreviveram, mas ficaram permanentemente prejudicadas por distúrbios mentais ou perda de audição.
O povo da África merece mais, e em dezembro do último ano eles tiveram: uma nova vacina poderosa que pode prevenir epidemias no notório cinturão de meningite da África.
Em um projeto coordenado pela OMS e a PATH, financiado pela Bill and Melinda Gates Foundation, a vacina foi desenvolvida em tempo recorde e cerca de um décimo do custo usualmente necessário para levar um produto por meio de desenvolvimento ao mercado.
Isso oferece a evidência de uma nova tendência. A África é a primeira a receber a melhor tecnologia que o mundo, trabalhando junto, pode oferecer.
Lembrem-se das pessoas infectadas com a tuberculose resistente as drogas ou coinfectadas com HIV que tinham que esperar três meses por um diagnóstico confiável.
No ano passado vimos a introdução de um rápido novo diagnóstico para TB, que é amplamente superior tanto em velocidade quanto em sensibilidade, entregando resultados em cerca de 100 minutos. O endosso da OMS ao ensaio levou a uma redução imediata de 75% do custo para países em desenvolvimento. A entrega foi efetivada em mais de trinta países, assistida pela OMS e outros parceiros.
Há uma década, a infecção pelo HIV significava uma lenta, mas certa e muitas vezes dolorosa, morte para a maioria das pessoas nos países em desenvolvimento. Hoje, mais de seis milhões de pessoas, com a grande maioria vivendo na África subsaariana, estão agora recebendo terapia antirretroviral para AIDS.
Focando na prevenção, temos novas diretrizes dos tratamentos da OMS que oferecem a primeira perspectiva real de redução do número anual de novas infecções. Outras novas orientações dão ao mundo a sua primeira visão de uma geração de bebês nascendo livres do HIV.
Semana passada, pesquisadores dos Estados Unidos relataram uma dramática redução nas transmissões de HIV associada ao tratamento precoce. Essas descobertas apoiam fortemente nossas diretrizes.
Após anos de estagnação, a situação da malária - principalmente na África - parece melhor a cada ano. Felicito muitos por esse sucesso, incluindo o apoio pessoal do Secretário Geral das Nações Unidas e seu enviado especial, o Roll Back Malaria Partnership , agentes de saúde em países endêmicos os African Leaders Malaria Alliance e claro, ao Malaria Programme da OMS.
Graças à intensa vigilância, os primeiros sinais de resistência a artemisinin (também conhecida como qinghaosu, é derivada de um grupo de drogas que possuem o efeito mais rápido conta a malária) foram detectadas ao longo da fronteira entre Tailândia e Camboja. Um plano agressivo de contenção foi rapidamente concebido. Se totalmente implementado, esse plano poderia parar com a propagação da resistência.
A resistência antimicrobiana foi o tema desse ano do Dia Mundial da Saúde. A mensagem foi clara. O mundo está à beira de perder sua cura milagrosa. O mundo falhou ao lidar com medicamentos frágeis com o cuidado apropriado. Uso inapropriado e irracional de antimicrobianos são, de longe, os maiores condutores de resistência às drogas.
Numa época de várias calamidades no mundo, não podemos permitir que a perda de medicamentos essenciais - indispensáveis para a cura de muitos milhões de pessoas - se torne a próxima crise global.
Para enfrentar as doenças tropicais negligenciadas, a OMS teve uma de suas melhores reuniões. O suporte para estas doenças aumentou exponencialmente, mensurado, sobretudo em doações maciças de medicamentos tanto de companhias farmacêuticas tradicionais quanto das mais novas.
Até o final de2009, algo em trono de 680 milhões de pessoas - a maioria vivendo na África subsaariana - tinham recebido a quimioterapia preventiva para, pelo menos, uma dessas doenças. Com base nas tendências atuais, várias destas doenças tropicais negligenciadas - responsáveis pela miséria humana incalculável desde a antiguidade - pode ser eliminada até 2015.
Contra todas as expectativas, a doença do sono africana, uma doença com taxa de 100% de mortalidade e ferramentas de controle imperfeitas, também está marcada para eliminação em um futuro próximo.
Essa realização foi possível graças à dedicação de equipes de países, agentes de saúde comprometidos em países endêmicos, generosas doações da indústria e apoio de parceiros internacionais.
A preponderância de doença do verme da Guiné está agora em seu nível mais baixo na história, graças a uma estratégia de revitalização, em colaboração com as autoridades de saúde em países endêmicos, o Carter Center e o Bill and Melinda Gates Foundation.
Sabemos que com menos de cinco mortes na infância, atingimos o menor nível em mais de seis décadas. Vamos considerar uma visão estratégica global de imunização, e durante a sessão de abertura, iremos conhecer mais sobre a Década das Vacinas.
Para a erradicação da pólio, fomos encorajados pela queda de 95% em casos na Índia e Nigéria. Mas o trabalho não está finalizado e vamos chegar até o final.
Graças a mecanismos inovadores de financiamento e outros apoios da GAVI Alliance, estamos vivenciando agora a implantação de novas vacinas contra os dois maiores assassinos de crianças pequenas: diarreia e pneumonia.
Esse progresso tem que continuar. Peço encarecidamente seu apoio para a renovação com o GAVI em junho.
Prevenir os principais assassinos de crianças pequenas também requer uma melhor utilização de intervenções de base promovidas por cuidados primários de saúde, como água potável e saneamento.
Também requer uma implementação mais agressiva e estratégica de intervenções custo-efetivas como a terapia de hidratação oral, antibióticos que podem ser administrados em casa, suplementos de micronutrientes, aleitamento materno exclusivo e até mesmo algo tão simples como a boa higiene das mãos.
Após aproximadamente quatro décadas de estagnação, o ano de 2010 mostrou uma estimativa de queda significativa da mortalidade materna em todo o mundo, com a maior queda - cerca de 60% - informados na Ásia Oriental e África do Norte.
Acredito que é justo atribuir pelo menos uma parte desse sucesso para os recentes esforços de muitos Estados Membros e parceiros de desenvolvimento para fortalecer os sistemas de saúde. Na África subsaariana, no entanto, a mortalidade permanece inaceitavelmente alta.
O Strategy for Women"s and Children"s Health do Secretário Geral da Organização das Nações Unidas, lançado em setembro de 2010, até o momento atraiu US$40 bilhões em compromissos para os próximos cinco anos.
Como um dos seus muitos apoios para a estratégia, a OMS produziu sua primeira lista modelo de um número limitado de medicamentos julgados essenciais para afastar o maior número de mortes de mães e crianças jovens.
As pessoas também necessitam de acesso a cuidado de saúde a preços razoáveis. O 2010 World Health Report, sobre financiamento dos sistemas de saúde, honrou os desejos de muitos ministros de saúde para avançar tendo em mente a cobertura universal de cuidados de saúde.
Dá aos países ricos e pobres um menu de opções para a captação de recursos suficientes, reduzindo causas comuns de desperdícios e ineficiência, e remoção de barreiras financeiras ao acesso, especialmente para os pobres. Agradeço ao governo da Alemanha por receber o maior evento que lançou o relatório em novembro passado.
Também nas áreas de financiamento de saúde, o WHO Prequalification Programme (Programa de Qualificação da OMS) expandiu para além do seu objetivo inicial, de apoiar decisões de compras feitas por órgãos da ONU. Hoje, esse Programa funciona de maneira a permitir que os fabricantes de países de baixa - e média - renda entrem no mercado em conjunto com fabricantes estabelecidos.
Fontes de qualidade garantida de produtos médicos tornaram-se mais abundantes, o prognóstico melhorou, e a competição baixou os preços significativamente, alterando a dinâmica do mercado de vacinas de saúde pública, medicamentos e diagnósticos.
O poder de compra de desenvolvimento se expandiu, e isso significa um maior acesso aos medicamentos para os pobres. Este é o valor agregado da OMS.
Dado ao grande número da agencias e iniciativas trabalhando para a melhoria da saúde, nem todas as recentes grandes realizações podem ser diretamente atribuídas a OMS. Essas realizações são o resultado da boa colaboração com países, agências irmãs da ONU e muitas iniciativas globais de saúde, mecanismos de financiamento, organizações de sociedade civil, fundações e ao setor privado.
Mas a OMS tem, inquestionavelmente, moldado a agenda de saúde e reunido os conhecimentos técnicos e orientações que abriram o caminho para outras iniciativas para seguir em direção aos seus objetivos.
Permitam-me, nesse momento, expressar minha gratidão à equipe da OMS. Fico constantemente espantada com a profundidade de sua experiência, talento, habilidade e comprometimento. Quero aproveitar essa oportunidade para homenageá-los.
Em tudo o que faz, a OMS conta com a experiência de centenas WHO Collaborating Centres (Centros de Colaboradores da OMS), em seus países e milhares dos melhores cérebros em ciência, medicina e saúde pública. Eles nos dão seus tempos livres e tenho a forte impressão que fazem isso com orgulho.
Graças aos meus predecessores, e reconheço a presença do Dr. Mahler, a saúde tem, inquestionavelmente ganhado mais espaço na agenda internacional de desenvolvimento.
Mas sejamos francos. A saúde tem potência na voz, mas ainda carrega uma pequena vara quando falamos em moldar o modo como o mundo funciona.
Isso tem que mudar, especialmente se quisermos reverter o crescimento da carga de doenças não transmissíveis. Na tentativa de influenciar as políticas feitas em outros setores, é bom ter o apoio das recomendações da Commission on Social Determinants of Health (Comissão de Determinantes Sociais da Saúde). Mas ainda precisamos de mais.
Senhoras e senhores,
Há dois anos, reunimo-nos em um momento de grande incerteza, enquanto enfrentávamos a ameaça de pandemia mundial de gripe. Essa semana, vamos analisar o relatório de Comitê de Revisão, criado sob o âmbito do IHR (International Helth Regulation), para avaliar o desempenho da OMS durante a pandemia da gripe H1N1 de 2009.
Recebo com grande alegria esse relatório.
Para mim, pessoalmente, como chefe dessa agência, a avaliação da resposta da pandemia é necessária para abordar duas questões importantes e dar a todos uma resposta concreta.
Primeiro: a OMS fez a escolha certa? Essa é realmente uma pandemia ou não? E segundo: as decisões, conselhos e ações da OMS foram de alguma forma moldadas pelo seu laço com a indústria farmacêutica?
Em outras palavras: a OMS declarou uma falsa pandemia para poder encher os bolsos das empresas? O relatório exonera a OMS em ambas as questões.
De forma igualmente importante, o relatório apresenta algumas críticas construtivas, identifica vários exemplos de colaboração excepcional e enumera recomendações específicas para tornar o mundo melhor preparado para a próxima emergência pública de saúde de preocupação internacional.
Muitas das recomendações já estão sendo implementadas. Me lembro do pedido feito durante o January Executive Board, por um representante dos 53 países da União Africana, para acelerar o reforço das capacidades essenciais para implementação do IHR.
Quero assegurar que tornei isso uma das minhas prioridades.
Senhoras e senhores,
Todos devemos ficar orgulhosos dessas realizações, especialmente quando olhamos para os muitos obstáculos que enfrentamos.
Considerando como o Millennium Development Goals (são oito objetivos de desenvolvimentos internacionais que todos os 192 países membros das Nações Unidas e pelo menos 23 organizações internacionais concordaram em atingir até 2015.) começou essa século com tanta boa vontade, comprometimento e inovação, qualquer forma de complacência a essa altura seria mortal. E digo isso literalmente: mortal para as pessoas que estamos aqui para servir.
Enfrentamos momentos difíceis, e os desafios ficam mais complexos.
Estou me referindo às crises de comida e combustível, e mais especificamente, à crise financeira de 2008, que provou ser rápida e brutalmente contagiosa, afetando os países que não contribuíram para a causa.
Refiro-me aos efeitos na saúde pela mudança climática, que são agora sentidos em todos os lugares do mundo.
Refiro-me aos obstáculos lançados em nossa direção pela política realizada em outros setores, especialmente aqueles que contribuíram para o surgimento de doenças crônicas não contagiosas.
Estamos praticamente na metade do ano, e já presenciamos uma onda imprevisível de calamidades, catástrofes e crises humanitárias. Vimos ondas de protestos e distúrbio sociais, onde, mais uma vez, civis são afetados, muitas vezes sob condições que tornaram a ajuda humanitária - incluindo o cuidado médico para os feridos - extremamente difícil.
Estamos extremamente angustiados com relatos de agressões a profissionais de saúde e a instalações em algumas dessas situações de conflito. Encorajamos todos os destacamentos para assegurar a proteção dos trabalhadores de saúde e unidades de saúde em situações de conflito, para assim poderem prestar cuidados aos doentes e feridos.
Testemunhamos um aumento perturbante no número de mulheres e crianças que são vítimas de conflito armado. Condenamos esses eventos em todos os termos possíveis, e pedimos que se encerrem as agressões sexuais contra mulheres e crianças.
Em março, o Japão foi atingido por uma tripla tragédia: uma terremoto de magnitude 9, um tsunami e os acidentes relacionados a uma usina de energia nuclear.
Estendemos nossas mais profundas condolências para o povo japonês, pela trágica perda de tantas vidas, as vidas interrompidas e o grande deslocamento populacional.
Todos esses eventos vêm de encontro com o que aprendemos durante a última década, sobre os perigos de viver em um mundo com o aumento radical da interdependência.
E não se iludam. Essas crises mundiais são apenas picos e depressões no ciclo de altos e baixos da história da humanidade.
Em meados de abril desse ano, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional citaram a disparada dos preços dos alimentos e dos combustíveis como a mais séria ameaça imediata para os países em desenvolvimento, e advertiram que isso poderia acarretar na perda de toda uma geração de pobres.
Senhoras e senhores,
Na OMS, fomos aconselhados por peritos externos a aceitar a crise financeira, não como uma interrupção para ser resolvida por meio de medidas temporárias, mas como o início de uma nova era de austeridade econômica. Aceitamos o conselho.
Estamos administrando a situação financeira de uma forma prudente, racional, e cuidadosamente planejada. Introduzi medidas de redução de custos logo após a crise financeira de 2008. Tivemos que realizar cortes em algumas de nossas áreas tradicionais de trabalho - com profundo pesar - mas definitivamente não vamos à falência.
Tenho conhecimento da força que a crise financeira atingiu alguns de nossos principais doadores. Essa nova era de austeridade financeira reduziu os fundos disponíveis para os programas de saúde nacional, bem como para a assistência oficial ao desenvolvimento.
Com esse pano de fundo, deixem-me expressar gratidão por aquilo que vocês têm feito. Apesar de todos os obstáculos e contra todas as probabilidades, a saúde pública continuou em seu curso de uma forma que a maioria achava impossível.
Senhoras e senhores,
Permitam que me refira a algumas realizações recentes que pessoalmente acho memoráveis, e nos dão esperança.
Nas últimas semanas os Estados Membros chegaram a acordos marco sobre as questões que reforçam nossas defesas coletivas e abrem novos caminhos na resolução de problemas de longa data.
Em 17 de Abril, após negociações que duraram toda a noite, os países concordaram com um conjunto de estratégias para melhorar a disposição para a pandemia da gripe, compartilhamento de vírus e estender os benefícios de novas drogas e vacinas para os países em desenvolvimento.
Como muitos de vocês sabem, as negociações foram intensas e prolongadas, tendo início em 2007 e envolvendo várias reuniões, consultas, elaboração e grupos de trabalho. No final, a confiança, diplomacia e - eu acredito - o respeito pelos problemas apresentados, ganharam o dia. Quero homenagear a excelente liderança de cadeiras e copresidentes de três Estados Membros: Austrália, México e Noruega.
Em 29 de abril, os participantes da Primeira Conferência Ministerial Mundial sobre estilos de vida Saudáveis e Controle de Doenças não Transmissíveis, trabalharam diligentemente para negociar e preparar as bases para abordar as questões da Declaração de Moscou.
Na minha opinião, o evento Moscou estabeleceu uma base sólida para a continuação das negociações, em setembro quando a reunião de alto nível em doenças crônicas não transmissíveis serão realizadas durante a Assembleia Geral da ONU.
Este evento deve trazer resultados. O aumento dessas doenças proporciona um golpe para as economias e sociedades. Eles causam bilhões de dólares em perdas de renda nacional, e empurram milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza, a cada ano.
A terceira grande conquista ocorreu em 03 de maio, quando a Commission on Information and Accountability for Women"s and Children"s Health (Comissão de Informação e Responsabilidade para Saúde da Mulher e da Criança), chegou a um acordo, mais uma vez em um extraordinário espírito de determinação e compromisso. Seu relatório final foi concluído menos de quatro meses depois da primeira convocação da Comissão.
Essa conquista rápida não teria sido possível sem o excelente trabalho dos dois copresidentes, o presidente Kiwete da Tanzânia, e o primeiro ministro Harper do Canadá, o meu vice-presidente Dr. Toure, o Secretário Geral da ITU e os Comissionários de seus países, apoiados por dois excelentes Grupos de Trabalho.
A Comissão aprovou 10 recomendações, com indicadores relacionados, para ajudar a garantir que os US$40 bilhões prometidos para apoiar a Estratégia Global sobre Saúde da Mulher e da Criança são gastos de forma mais eficaz e que ambos os doadores e receptores são responsabilizados.
O relatório conecta prestação de contas para recursos com os resultados, consequências e impactos que eles produzem e a capacidade dos países beneficiário para medi-los.
E é feito de uma forma que acrescenta valor. Sempre que possível, as recomendações são construídas e fortalecidas aos mecanismos e capacidades existentes. Responsabilização significa contagem, e isso depende de um sistema de registro de nascimentos, mortes e causas de morte em todos os países.
Senhoras e senhores,
Como nos lembramos das pessoas - especialmente a mulheres e as pessoas da África - tenho um comentário final a fazer.
De tudo o que eu disse, deve ficar claro que a saúde pública está operando em um mundo de enorme e constante mudança de complexidade.
Quando a OMS lidava com germes, higiene, medicamentos, vacinas e setores irmãos, como o abastecimento de água e saneamento, nosso trabalho era muito mais simples. Mas esse trabalho mudou gradualmente ao longo tempo e dramaticamente na última década.
A reforma é essencial. E a OMS está agora iniciando mais extensas reformas administrativas, financeiras e em especial a responsabilidade financeira, em sua história de 63 anos.
Sob as condições extraordinariamente novas do século 21, tenho uma visão da OMS que dá mais voz aos muitos parceiros de trabalho na saúde, mas os encoraja a falar com uma voz coerente, que respondam, em primeiro lugar às necessidades e prioridades definidas pelos países beneficiários.
Eu vejo uma OMS, que persegue a excelência, uma organização que é eficaz, eficiente, ágil, objetiva, transparente e responsável.
Vejo a OMS catalisando a ajuda ao desenvolvimento mais eficaz que constrói a capacidade dos países para avançar de encontro à autossuficiência.
Vejo uma OMS que continua com a tendência de seu trabalho para muitas necessidades não atendidas de saúde na África e além, e para o fortalecimento da saúde, boa educação e autoconfiança de mulheres e crianças.
Vejo uma OMS que trabalha com outros setores para enfrentar os riscos que ameaçam a saúde e a estabilidade da sociedade, e uma nova OMS onde todos os países - pequenos ou grandes, ricos ou pobres - se juntem para defender a igualdade, justiça social e os direitos humanos. Excelências, ministros, colegas, amigos, senhoras e senhores.
Convido vocês para se juntarem a mim nessa jornada de reafirmação, reforma e revitalização!
Lembrem-se das pessoas.
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