Estudo revela que as chances aumentam quando quinze óvulos são coletados em um único ciclo
Um estudo de mais de 400.000 ciclos de Fertilização in Vitro (FIV) revelou que em torno de 15 óvulos devem ser coletados em um único ciclo para conseguir as maiores chances de chegar a um nascimento.
O estudo, publicado no periódico científico Human Reproduction, revelou uma forte ligação entre o número de nascimentos e o número de óvulos coletados em um único ciclo de FIV.
Com um número maior de ovos coletados, chegando a 15 no total, os pesquisadores observaram um aumento no número de nascimentos. Porém, tal número não sofreu alterações com a coleta de 15 a 20 óvulos, sofrendo um declínio contínuo aos 20 óvulos coletados.
Para Arri Coomarasamy, pesquisador da Universidade de Birmingham que conduziu o estudo, as descobertas sugerem que a meta de 15 óvulos coletados por ciclo aumentaria ao máximo as chances de nascimento, ao mesmo tempo minimizando o risco de estimulação excessiva dos ovários – que pode levar à Síndrome da Hiperestimulação Ovariana (SHO).
Segundo especialistas, a infertilidade é um problema que afeta aproximadamente uma em cada sete casais em todo o mundo. Milhares de ciclos de FIV são conduzidos a cada ano por pessoas que querem ter um filho.
O processo envolve a remoção cirúrgica de óvulos, que são combinados ao sêmen no laboratório. Os melhores embriões são então escolhidos e transferidos para o útero.
É comum a prescrição de medicamentos antes do processo para estimular os ovários a produzir mais óvulos.
“A meta de uma estimulação padrão deve ser entre 10 e 15 óvulos. Acreditamos que esta quantidade está associada aos melhores resultados de FIV. Quando o número de óvulos é acima de 20, o risco de hiperestimulação ovariana é maior”, disse Coormarasamy.
A SHO é uma reação dos ovários aos hormônios administrados para estimular a produção de óvulos, que serão coletados para os ciclos de FIV. A síndrome pode causar dores abdominais, inchaço e muitas vezes náuseas e vômito; em casos mais graves o problema pode se transformar em uma emergência médica que põe risco à vida.
A equipe de pesquisa analisou dados do Departamento de Embriologia e Fertilização Humana do Reino Unido sobre 400.135 ciclos de FIV realizados naquele país entre abril de 1991 e junho de 2008.
Como houve um aumento no número de nascimentos neste período, os pesquisadores usaram dados de 2006 a 2007 para criar um modelo previsível que pudesse melhor refletir a prática atual.
Os dados revelaram que durante os anos de 2006 a 2007 o índice de sucesso de FIV com 15 óvulos coletados foi de 40% entre as mulheres de 18 a 34 anos, 36% para aquelas de 35 a 37 anos, 27% para aquelas entre os 38 e os 39 anos e 16% para as mulheres acima dos 40 anos.
Usando este modelo, eles traçaram um gráfico matemático chamado nomograma - que mostra a relação entre a idade da mulher, o número de ovos coletados e o número de nascimentos previstos.
Segundo Coomarasamy, médicos e pacientes poderiam usar o nanograma, combinado aos exames de hormônio anti-Mulleriano e contagem de folículos antrais ao tomar decisões sobre a quantidade de estimulação ovariana necessária para chegar ao número ideal de óvulos.“Com tais exames em mãos, os médicos podem em seguida usar nosso nomograma para converter o número estimado de óvulos na previsão de um índice de nascimentos, completando assim a cadeia de prognósticos para calcular as chances do que tanto eles quanto as mulheres anseiam: O nascimento de uma criança”, disse ele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário