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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Portugal: Os perigos e as promessas por cumprir dos suplementos alimentares


São catalogados como suplementos alimentares, mas fazem promessas que vão da redução de peso ao reforço do sistema imunitário. No entanto,  poucos são os que têm estudos científicos capazes de confirmar o que apregoam. Por isso, alerta, cuidado com os abusos.

Eles estão um pouco por todo o lado. Dos que ajudam a afastar a fadiga aos que prometem o controlo do peso, garantem um reforço muscular ou combatem o colesterol. A estes juntam-se muitos outros na forma de cápsulas e comprimidos – os suplementos alimentares – ou como reforço de alimentos (os nutracêuticos). No entanto, explica João Fernandes Pinto, professor associado da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e coordenador do livro 'Nutracêuticos e Alimentos Funcionais', «não podemos acreditar em tudo o que é publicitado».
 
E a razão para tal, explica, é simples. «Porque nem todos os produtos foram testados devidamente e, em particular, os efeitos clínicos não foram comprovados. Importa referir que estes efeitos são difíceis de quantificar e requerem estudos cuidadosos e caros com monitorização dos efeitos num número elevado (milhares) de indivíduos e ao longo de muitos anos (por vezes dezenas) para que se possa comprovar o que é apregoado.» E se algumas empresas o conseguem fazer, «o seu número é reduzido», garante o especialista, «pelo que todo o cuidado é necessário».

Cuidado com os abusos

Um ritmo diário acelerado serve de desculpa para os maus hábitos e também para usar e abusar dos suplementos. Erros que se cometem todos os dias e que, confirma o professor, servem de motivo para o uso destes produtos. E se é um facto que podem apresentar vantagens, sobretudo «como compensação de maus hábitos de vida, não podemos esquecer que não substituem uma alimentação cuidada ou um ritmo de vida controlado, pelo que o seu uso como substitutos, e não como complemento dos alimentos, deve ser inibido», refere ainda o especialista.

Por isso, todos os cuidados devem ser poucos. Segundo João Fernandes Pinto, os suplementos alimentares «devem ser usados tendo presente sempre três aspectos importantes: qualidade, segurança e efeito pretendido». Um dos pontos essenciais está, destaca, «relacionado com a ausência de efeitos laterais ou secundários», muitos dos quais «só se manifestam passados alguns anos e sem relação evidente entre o consumo e o resultado».

Mas há ainda de ter em conta a eficácia, ou seja, «o efeito reclamado. Importa referir que efeitos fisiológicos só podem ser reclamados para medicamentos e que estes produtos são considerados alimentos. Para além disso, os efeitos reclamados devem ser confirmados por evidência clínica, o que não acontece na esmagadora maioria dos casos».

Informação precisa-se

Informação disponível não falta. Mas, reforça o professor, a cientificamente fundamentada, «que suporte ou rejeite o uso de determinado produto», é ainda escassa. «Muita da informação divulgada tem por base observações empíricas sem suporte científico. Para que se evolua no bom sentido há que gerar mais informação de qualidade e partilhá-la com o público de uma forma sóbria, sem a pressão oriunda de razões comerciais [este é um mercado de vários milhões de euros, só em Portugal].»

Fonte Destak

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