Exames que detectam uma proteína no cérebro ou no sangue e um outro teste que mede a largura de vasos sanguíneos na retina são as novas promessas para o diagnóstico precoce da doença de Alzheimer, que afeta 36 milhões de pessoas no mundo.
Os novos métodos foram discutidos em uma conferência internacional de Alzheimer, que acontece em Paris. Hoje, o diagnóstico da doença se baseia no histórico familiar e em informações do paciente, como avaliação mental e sinais neurológicos.
O teste mais promissor, em processo de aprovação no FDA (agência americana para o controle de alimentos e remédios), consiste em injetar no sangue um contraste que, por meio de tomografia computadorizada, torna visíveis as placas da proteína beta-amiloide, que parecem desencadear a doença.
Autópsias no cérebro de pessoas que morreram de Alzheimer mostram que essas placas, ao se acumular em áreas corticais, destroem os neurônios, levando à degeneração cerebral irreversível.
É O QUE TEM
"Mesmo que a gente ainda não tenha medicamentos para tratar ou retardar o Alzheimer, esse teste será importante, até para excluir os casos que não são Alzheimer. Não é a solução final, mas é o que temos de mais promissor", diz David Schlesinger, neurologista e pesquisador no Instituto do Cérebro do Hospital Albert Einstein.
Um outro teste mede o nível de beta-amiloide no sangue ou no líquido espinhal. Quanto menor a quantidade, maior a chance de desenvolver Alzheimer. Isso porque, na doença, a proteína migra do sangue (ou do líquido espinhal) para o cérebro.
Um terceiro método, em fase inicial de estudos, mede a largura de vasos sanguíneos na retina. Em pessoas com Alzheimer, esses vasos seriam mais largos do que nas pessoas saudáveis.
RESSALVAS
"Ainda serão necessários mais estudos para demonstrar que essas alterações estão relacionadas com o Alzheimer e não com outras doenças que também provocam mudanças no calibre dos vasos da retina", diz o neurologista Eli Faria Evaristo, do Hospital Oswaldo Cruz.
O médico também não é otimista em relação aos outros testes. "Eles mapeiam, mais ou menos, a mesma fase, quando a doença já está em andamento. Estimamos que o processo se inicie muito antes disso."
Para ele, a melhor recomendação ainda é investir em fatores que, comprovadamente, reduzem as chances de desenvolver o mal de Alzheimer: educação, exercícios e controle do diabetes e da hipertensão.
Editoria de arte/folhapress | ||
Fonte Folhaonline
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