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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Entenda como o Einstein encara a robótica

Médico especialista do hospital lista 5 benefícios da técnica, fala sobre as tendências tecnológicas e preparo dos médicos

Assim como há alguns anos a tomografia era privilégio de poucas instituições de saúde e, hoje, é ofertada em milhares de unidades pelo Brasil; as cirurgias por meio de robôs, raras no País até o momento, devem seguir a tendência da popularização. Essa é a opinião do gastroenterologista e cirurgião robótico do Hospital Albert Einstein, Antonio Luiz de Vasconcellos Macedo.

“A tecnologia na cirurgia está se desenvolvendo muito rápida. O objetivo principal é permitir realizar procedimentos menos complexos sem a necessidade de uma grande incisão”, explica Macedo, que é médico há 38 anos e, nos últimos dois, especializou-se em robótica.

Desde 2000 que a robótica – cirurgia assistida por computador – tem evoluído na medicina. Segundo o especialista, dentre os benefícios da técnica estão:

-aumento da precisão do trabalho do cirurgião;
-redução da fadiga do médico;
-melhor visualização dos tecidos devido à tecnologia 3D;
-redução do tempo na maioria das cirurgias;
-aumento de chance de sucesso na retirada de doenças localizadas como o câncer.

“A robótica é uma realidade para o tratamento de doenças complexas como o câncer do esôfago, abdômen, reto, pâncreas e mesmo cirurgias de hérnia de hiato, muitas vezes, malsucedidas por meio da técnica de laparoscopia”, afirma Macedo.

Futuro
A tendência para os próximos dez anos é a diminuição do tamanho dos robôs e o barateamento dos preços dos equipamentos e pinças utilizados. Pela experiência de mercado de Macedo, a procura dos médicos pela técnica tem crescido consideravelmente. “Temos um congresso anual latino-americano de cirurgia robótica e a cada ano novos estados brasileiros aderem ao evento como Pernambuco, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte”, ressalta.

Outro avanço decorrente da tecnologia está no acesso irrestrito às mulheres. Segundo Macedo, as mulheres são menos resistentes do que os homens à laparoscopia. Já o robô consegue equalizar o procedimento.

Dentro do Einstein
Enquanto nos Estados Unidos existem cerca de 1500 robôs em funcionamento, no Brasil existem apenas três; nos hospitais Albert Einstein, Sírio Libanês e Oswaldo Cruz. No entanto, outras instituições já estão se movimentando para adquirir esse tipo de aparelho como, por exemplo, a Fundação de Barretos, o Instituto Nacional do Câncer (Inca), entre outras.

O Einsten iniciou o serviço de robótica a partir de 2009. Atualmente a técnica é aplicada para as seguintes especialidades: urologia, ginecologia, cirurgia torácica, cabeça, pescoço, abdominal, e de coração. Entre esses dois anos, aproximadamente 250 pessoas foram operadas.

Segundo Macedo, nos últimos três meses, tem sido realizada, no mínimo, uma cirurgia por robô por dia.

Médico x tecnologia
Para estar apto ao procedimento, o médico precisa, além de experiência cirúrgica, obter uma especialização em robótica nos EUA. No entanto, o Einstein planeja um curso para credenciar profissionais para a área no País.

O hospital acabou de anunciar a compra de um simulador, batizado de Mimic, que reconstitui 39 diferentes cenários cirúrgicos robóticos com a máxima qualidade em precisão e realismo. O aparelho de US$ 120 mil deve se estender para cirurgiões de outras instituições.

“É como se você estivesse operando um paciente com o robô. Se o médico tem uma cirurgia marcada e faz algum tempo que não opera por meio de um robô, pode aproveitar para treinar antes”.

A estimativa do especialista é de que nos próximos dez anos a tecnologia “exploda” em todo o mundo. Hoje os países à frente no quesito são: EUA, Coréia do Sul, China e Itália.

No Brasil, o Einstein é pioneiro, recebendo convites para dar aula nos EUA. “Temos uma ótima experiência interna e podemos ajudar bastante. Já estamos ajudando instituições de São Paulo e do Rio de Janeiro. A robótica vai democratizar a cirurgia entre os médicos, sem contar a ampliação do acesso a mulheres”, ressalta.

Um robô custa em média 1,5 milhão de euros – valor não muito distante de um aparelho de ressonância ou tomógrafo, presente em diversos estabelecimentos de saúde no Brasil.

Fonte SaudeWeb

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