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sábado, 15 de outubro de 2011

Níveis de colesterol flutuam com o ciclo menstrual

Estudo sugere que médicos tenham isso em mente antes de prescrever tratamentos para baixar os níveis de colesterol

Um novo estudo revelou que, assim como os níveis de estrogênio – que sobem e descem ao longo do mês – as taxas de colesterol também variam ao longo do ciclo menstrual da mulher.

Segundo os pesquisadores responsáveis pelo estudo, isso indicaria que, para ter uma ideia mais clara de como estão os níveis de colesterol de uma paciente, os médicos talvez precisem solicitar medições durante vários meses antes de decidir se suas pacientes realmente devem ter seus níveis de gordura no sangue reduzidos com algum tratamento.

 

Foto: Getty Images
Além dos hábitos de vida, como alimentação rica em gorduras, os hormônios também podem influir nas taxas de colesterol

"Os médicos que estão avaliando os níveis de colesterol de suas pacientes precisam levar em conta a fase do ciclo menstrual em que elas estão quando solicitam a medição", afirma o co-autor da pesquisa Enrique F. Schisterman, chefe do Setor de Epidemiologia no Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano Eunice Kennedy Shriver, dos Estados Unidos. Para fazer leituras de colesterol mais consistentes e confiáveis, as medidas devem ser tomadas no mesmo período a cada mês por um par de ciclos, acrescentou o médico.

"De forma bem prática, é mais fácil reconhecer o início de um ciclo. Então, se você fizer a medição no início de cada ciclo, vai ter medidas consistentes ao longo do tempo."

O estudo foi publicado na edição online do periódico de Endocrinologia Clínica e Metabolismo (do inglês Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism). Para o estudo, o grupo Schisterman comparou os níveis de estrogênio com níveis de colesterol e de triglicérides em 259 mulheres saudáveis, com idade entre 18 e 44 anos.

A maioria das mulheres (94%), teve 14 ou mais medições feitas ao longo de dois ciclos menstruais. Elas também mapearam as fases de seus ciclos de fertilidade utilizando em casa monitores que detectam os níveis de hormônio e indicam quando ocorre a ovulação.

Das mulheres avaliadas, apenas 5% tinham níveis de colesterol superiores a 200 mg/dL – nível que está no limite para o alto risco de doença cardíaca –, e a maioria era fisicamente ativa e não fumava. No entanto, os níveis de colesterol em 19,7% das mulheres chegaram a 200 mg/dL pelo menos uma vez. Além disso, as obesas com mais de 40 anos apresentaram maior variação nos níveis de colesterol do que o resto do grupo.

Os pesquisadores descobriram que, com o aumento dos níveis de estrogênio, o HDL, ou “colesterol bom” também aumenta, chegando ao pico na ovulação. Ao mesmo tempo, na medida em que os níveis de estrogênio aumentavam, o colesterol total e o LDL, ou também chamado de “colesterol ruim”, bem como os níveis de triglicérides, caíram, constatou a equipe. Este declínio começou alguns dias após os níveis de estrogênio terem atingido o pico na ovulação. Os pesquisadores observaram ainda que os níveis de colesterol total, colesterol LDL e triglicérides atingiram os níveis mais baixos um pouco antes do início da menstruação.

“Esta é mais uma constatação de que os hormônios desempenham um papel muito importante na vida das mulheres influenciando em todos os níveis, incluindo em testes básicos, como o de colesterol” disse Schisterman, acrescentando que o ciclo menstrual desempenha um papel muito importante na saúde das mulheres em geral.

“Eu realmente não tinha conhecimento de que os níveis de lipídios poderiam flutuar tanto ao longo do ciclo” afirmou Jennifer Glueck, professora-adjunta de clínica médica da Divisão de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo da Escola de Medicina da Universidade de Miami. No entanto, as conclusões do estudo, afirma Glueck, não podem ser clinicamente relevantes para o grupo particular de mulheres jovens avaliadas.

“São as mulheres saudáveis, para as quais não se consideraria a possibilidade de iniciar a medicação para baixar o colesterol”. Para a médica, apesar da constatação ser “bastante interessante” os resultados do estudo não devem mudar a prática clínica.

Fonte IG

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