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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Fabricante da prótese PIP critica remoção de implante na França

O fundador da empresa francesa PIP (Poly Implant Prothèse), Jean-Claude Mas, admitiu nesta quarta-feira (18) ter cometido irregularidades na produção das próteses mamárias da marca, preenchidas com silicone industrial. Ele também acrescentou que o governo francês age de forma "criminosa" ao recomendar a remoção das próteses por todas as usuárias.

Os implantes PIP podem se romper com maior facilidade, causando irritações e inflamações. Há suspeitas de que tenham provocado pelo menos um caso de câncer.

Em uma rápida entrevista à rádio RTL, o fundador da PIP disse nunca ter negado que faltava aprovação oficial para o gel de silicone caseiro que ele usava nas próteses. Reiterou, ainda, que não há risco à saúde a quem usá-lo.

Segundo Mas, "não há razão médica e científica" para crer que o silicone industrial usado pela PIP seja tóxico. Ele argumentou que "um produto químico pode ser usado para fazer várias coisas".

O empresário usou termos duros para se referir ao ministro francês da Saúde, Xavier Bertrand. "Esse homem decidiu reembolsar as pacientes embora não houvesse razão médica para tal", disse Mas. "Por que pagar pelas retiradas dos implantes das mulheres se há um risco cirúrgico real? Essa decisão é criminosa."

Países como o Reino Unido e Argentina recomendaram às mulheres que procurassem seus médicos para avaliar a necessidade de troca das próteses.

A França orientou todas as 30 mil usuárias a retirá-las. No Brasil, os planos de saúde e o SUS (Sistema Único de Saúde) vão cobrir a cirurgia de remoção.

A PIP já foi a terceira maior fábrica mundial de próteses de silicone, com 300 mil peças vendidas. Em 2010, autoridades francesas interditaram a fábrica, que posteriormente faliu.

Até agora, ninguém foi punido pelo caso, mas uma fonte judicial disse à Reuters que quatro a seis gerentes da PIP devem ser julgados em outubro em Marselha por fraude e práticas empresariais enganadoras.

Outra investigação, de homicídio culposo, foi aberta no mês passado devido a suspeitas envolvendo a morte por câncer de uma mulher que usava próteses PIP.

Fonte Folhaonline

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