Médicos e funcionários do Hospital de Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro, lutam contra o fechamento da unidade. O Ministério da Saúde estuda a possibilidade de transformar o espaço em um centro de transplantes.
Segundo o urologista Antônio Cláudio, que trabalha no hospital, o ambulatório da unidade realiza cerca de 300 procedimentos de média e alta complexidade por mês, além de operar cerca de 50 pacientes por dia. Ele considera inadmissível a interrupção dos serviços.
— É inadmissível pensar em fechar um hospital que tem 300 procedimentos de média e alta complexidade no ambulatório por mês, onde são realizados até 70 mil procedimentos. O hospital opera cerca de 50 pacientes por dia, de média e alta complexidade. É um hospital atuante, que tem uma história de 60 anos de funcionamento. Hoje, na zona sul do Rio de Janeiro, desativar um hospital como este não é viável.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse neste sábado (5), durante lançamento da 14ª Campanha de Vacinação Contra a Gripe no Rio, que o Estado precisa ampliar sua rede de transplantes. No entanto, ainda não há uma decisão definitiva sobre o fechamento do Hospital de Ipanema.
— Não tem decisão. Tem um estudo, um processo de integração cada vez maior entre os hospitais federais do Rio e as secretarias Estadual e Municipal de Saúde. É fundamental que os seis hospitais federais do Rio estejam cada vez mais abertos a oferecer à população os leitos apropriados e as especialidades mais apropriadas. A cidade e o estado do Rio precisam ampliar os seus serviços de transplante. É fundamental que o Rio chegue ao patamar de São Paulo.
Médicos e funcionários do Hospital de Ipanema vão fazer um protesto na próxima segunda-feira (7) em frente à unidade, na rua Antônio Parreiras, 67, a partir das 10h.
O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) manifestou em nota preocupação com a possibilidade da conversão do Hospital de Ipanema em um centro de transplantes. Segundo o Cremerj, " o Hospital de Ipanema é uma referência na rede pública para procedimentos de alta complexidade e minimamente invasivos que não são encontrados em outras unidades, e o seu fechamento representará um gargado para o sistema de saúde. Também causa preocupação que, com a cessão para o estado, o hospital passe a ser gerido por uma organização social, modelo ao qual o Cremerj se opõe.
Fonte R7
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