
Entretanto, nos últimos meses o crescimento da saída de antibióticos foi maior que o total do mercado, diz estudo do sindicato de indústrias do ramo. Em outubro de 2010, com o anúncio na nova regra, foram vendidas 8,7 milhões de caixas de antibiótico. Após queda de quase 31% nas vendas, registrada entre o mês do anúncio e fevereiro de 2011, elas voltaram a crescer, chegando a 8,65 milhões de caixas em março de 2012.
A saída de antibióticos desde fevereiro de 2011 cresceu 43,4%, contra 35,5% do mercado total de medicamentos. Estes dados do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) são referentes somente aos produtos vendidos nas farmácias, excluindo o que é vendido para hospitais e governos.
A obrigatoriedade da retenção de receita foi defendida pelo governo e por médicos como uma forma de reprimir o uso indiscriminado. Mas, os dados surpreendem, diz o presidente da Associação Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri. Para ele, a percepção que se tinha é que esse controle geraria a redução do uso indiscriminado.
Para o epidemiologista Pedro Tauil, da Universidade de Brasília (UnB), os números também são uma surpresa. Ou há fornecimento de antibióticos sem receita ou está havendo aumento das prescrições, declara o médico. E completa: a medida partiu para atacar o abuso que gerou maior possibilidade de resistência [bacteriana aos remédios], já que o uso incorreto dos medicamentos acaba selecionando bactérias mais resistentes.
Os farmacêuticos estimavam que as pessoas trocariam os antibióticos por anti-inflamatórios para fugirem da necessidade de receita, fato que não se confirmou nesse estudo. Após o anúncio da Anvisa, nos dois primeiros meses, houve um aumento da venda de anti-inflamatórios ligeiramente superior ao do mercado, mas não se manteve.
Fonte Corposaun
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