Condição coloca em risco, sobretudo, jogadores de futebol afro-americanos de 19 a 23 anos durante os treinos
Estudo recente conduzido por pesquisadores dos Estados Unidos confirma que anemia falciforme pode causar morte súbita em atletas negros. Resultados ratificam pesquisas anteriores que relacionam a condição à morte cardíaca súbita entre jovens atletas afro-americanos do sexo masculino. A relação foi inicialmente observada em recrutas militares negros, há 25 anos.
O traço falciforme, para o qual todos os afro-americanos dos Estados Unidos são testados no nascimento, ocorre em cerca de 8% da população. A Minneapolis Heart Institute Foundation mantém um banco de dados forense de 32 anos, o U.S. Sudden Death in Athletes Registry, que contém registros da frequência, epidemiologia e perfil clínico de mortes relacionadas ao traço falciforme em uma grande população de atletas competitivos.
Resultados desse programa de registro mostra que existe "uma prova convincente de uma relação causal entre o traço falciforme e as mortes de jovens atletas negros que participam de competições, especialmente jogadores de futebol", diz o autor sênior do estudo Barry J. Maron, da Minneapolis Heart Institute Foundation.
Das 2.462 mortes de atletas registradas na U.S. Sudden Death in Athletes Registry, 23 ocorreram em associação com o traço falciforme (12 a 22 anos) - sendo que 21 entre homens e todos afro-americanos. As mortes ocorreram com mais frequência entre atletas de 19 a 23 anos, durante treinos de futebol. Exposição a altas temperaturas ambientais também apresentou relação com as mortes.
"O registro foi iniciado primeiramente por Maron para ajudar a comunidade médica entender por que atletas entram em colapso em campo" , explica o autor do estudo Kevin M. Harris. "Nós decidimos avaliar a conexão entre o traço falciforme e a morte súbita dentro de nosso grande registro. Como resultado, desenvolvemos a primeira série considerável de atletas competitivos, nos quais o traço falciforme foi associado com outra forma inexplicável de colapso súbito inesperado e morte."
Maron, que tem avaliado relatos de mortes cardiovasculares entre jovens atletas por aproximadamente 35 anos, está surpreso com o nível de ceticismo que tem testemunhado sobre o fato de o traço falciforme ser considerado causa de morte súbita entre jovens atletas negros, mesmo entre a comunidade médico-científica.
No estudo, os pesquisadores concluíram que o traço falciforme "pode ?? ser associado em grande parte ao colapso imprevisível e repentino e a morte, com aparente predileção por afro-americanos jogadores de futebol de faculdade acometidos durante o treino. Entender os riscos, os mecanismos e os eventos disparadores do traço falciforme pode permitir alterações que salvarão vidas com métodos de treinamento a serem implementados."
" A fim de implementar alterações que salvem vidas em tais métodos de treinamento, especialmente devido à natureza imprevisível dos acontecimentos relacionados ao traço falciforme, é preciso haver uma maior compreensão e aceitação desta conexão letal. Não reconhecer esta ligação entre o traço falciforme e a morte súbita cria a possibilidade de falhas na proteção dos atletas" , conclui Maron.
Fonte isaude.net
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