De todas as mudanças que notamos após iniciar um trabalho de treinamento físico, seja ele de qualquer modalidade, a que primeiro se destaca é o aumento da energia vital, da disposição e do entusiasmo de viver. Isso vem antes mesmo de se manifestarem visivelmente as mudanças físicas, como o fortalecimento muscular, melhora da condição cardio-respiratória etc.
A capacidade de adaptação do corpo ao treinamento proporciona gradativamente, não só uma melhora nos níveis de desempenho nas habilidades motoras e capacidades físicas, como uma gratificação emocional, um reconhecimento da própria capacidade de superação e uma melhora considerável na autoestima.
Muito se diz sobre a endorfina liberada durante as corridas prolongadas, responsabilizando-as pela chamada “euforia do corredor”. Em contrapartida, já se sabe também que corredores com a síndrome de overtraining (excesso de treino) têm uma redução no desempenho e apresentam níveis mais baixos de endorfina, sensação geral de letargia e até depressão.
Os primeiros estudos sobre a influência da atividade física no bem-estar, na redução dos níveis de estresse e melhora da concentração e produtividade datam dos anos 60. Comprovou-se que as atividades aeróbias, como correr, proporcionam melhora do humor e melhoram significativamente a saúde mental.
Hoje, tanto tempo depois, ainda pode parecer estranho que atividades físicas tenham efeitos tão poderosos na mente. É que nos esquecemos que o cérebro é parte do corpo e a mente é a maneira pela qual o cérebro se apresenta.
Cada pensamento ou emoção é resultado de um padrão específico de atividade química e elétrica entre o cérebro e o resto do corpo.
Enquanto corremos, o corpo libera fenilalanina, um neurotransmissor estimulante que aumenta a atividade e agilidade mental. Por isso, após a prática de exercícios físicos, geralmente somos capazes de nos concentrar mais e melhor.
John Ratey, um dos maiores especialistas do mundo sobre os efeitos do exercício no cérebro, escreveu “[os exercícios] fazem o cérebro funcionar em seu melhor nível, e na minha visão, esse efeito das atividades físicas é muito mais importante do que os seus efeitos no corpo. Formar músculos e condicionar o coração e pulmões são essencialmente efeitos colaterais.”
O Pilates
Muito antes de esses estudos confirmarem os benefícios da atividade física, Joseph Pilates, na década de 30, já afirmava isso por meio da “Contrologia”- nome dado por ele ao seu método, que era possível atingir a saúde perfeita, alcançando a completa coordenação do corpo, mente e espírito.
“Por meio dela, você adquire primeiro o controle de seu próprio corpo e depois, com repetições apropriadas dos exercícios, adquire gradual e progressivamente um ritmo natural e a coordenação associada às atividades do subconsciente. Esse ritmo verdadeiro e o controle são observados tanto em animais domésticos como em animais selvagens, sem exceções conhecidas.”( Joseph H. Pilates e Willian John Miller (1945) – O retorno a vida pela contrologia).
Seu método baseia-se nessa constatação e os seus seis princípios (respiração, acionamento do centro de força, fluidez, controle, concentração e precisão). Eles norteiam a maneira como devemos nos mover para alcançar esse objetivo. Aliar o treinamento de corrida à prática de Pilates nos traz, além dos benefícios físicos que ajudam a melhorar o desempenho da corrida, uma maneira totalmente eficiente de se movimentar de maneira consciente.
Joseph H. Pilates dizia que “Idealmente, os músculos deveriam obedecer a nossa vontade. Racionalmente, nossa vontade não deveria ser dominada pela ação reflexa de nossos músculos. Quando as células cerebrais são desenvolvidas a mente também é. A Contrologia estimula milhares e milhares de células cerebrais inativas, ativando novas áreas e estimulando um funcionamento maior da mente.”
Hoje a comunidade cientifica cada vez mais valida os conceitos de Joseph Pilates e, diferente do que foi na sua época, seu método se difunde em todo mundo com o reconhecido respeito, como ele
Fonte midiasport.com.br
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