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sexta-feira, 27 de julho de 2012

Gordura bege: cientistas descobrem novo tipo de "gordura boa"

Encontrada em adultos, a gordura é capaz de queimar calorias e pode levar a novas terapias contra a obesidade e o diabetes

Cientistas do Dana-Farber Cancer Institute, nos Estados Unidos, isolaram um novo tipo de gordura capaz de queimar energia em adultos humanos, a gordura bege. A nova "gordura boa" é encontrada em pequenos depósitos do tamanho de uma ervilha espalhados próximo da clavícula e ao longo da coluna vertebral.

A capacidade da gordura bege de queimar calorias - em vez de armazená-las, como a gordura branca - tem potencial para auxiliar no desenvolvimento de novas terapias contra a obesidade e o diabetes.

"Nós identificamos um terceiro tipo de célula de gordura. Há a gordura branca, a gordura marrom, e agora a gordura bege. Este terceiro tipo de gordura bege está presente na maioria ou em todos os seres humanos", explica o líder do estudo Bruce Spiegelman.

Na verdade, sempre se pensou que a gordura marrom existisse apenas em bebês, servindo para mantê-los aquecidos. Mas dados de imageamento médico mais recentes - e mais precisos - mostram que os adultos também mantêm um pouco dessa gordura saudável.

Mas a equipe de Spiegelman já havia demonstrado anteriormente que a gordura marrom - capaz de queimar energia - encontrada no meio da gordura branca que armazena energia em adultos, não era exatamente a gordura marrom clássica que se vê em bebês. A gordura marrom dos bebês vem dos músculos, enquanto nos adultos as células de gordura marrom surgem do "escurecimento" da gordura branca.

No novo estudo, a equipe de Spiegelman clonou células bege retiradas do tecido adiposo de camundongos para estudar a sua atividade em nível genético. Os perfis de expressão mostraram que, geneticamente, as células bege estão em um ponto entre a gordura branca e a gordura marrom.

Inicialmente, elas têm baixos níveis de UCP1 (proteína desacopladora 1), um ingrediente chave para a queima de energia e geração de calor, níveis semelhantes aos da gordura branca. Mas as células da gordura bege também têm uma notável capacidade de incrementar sua expressão de UCP1, iniciando um programa de queima de energia que é equivalente àquele da gordura marrom clássica, a dos bebês.

A equipe também descobriu que as células bege respondem a um hormônio conhecido como irisina, para ativar o programa de queima de energia. Isso é particularmente notável porque a irisina é liberada pelos músculos mediante exercícios físicos, e é responsável por alguns dos benefícios que a atividade física traz. Ou seja, a irisina pode ser o tratamento há muito procurado para aumentar a queima de células de gordura.

"Além do potencial terapêutico, as novas descobertas podem levar a novas e melhores maneiras para caracterizar as significativas diferenças entre as pessoas quanto ao número de células bege que cada uma possui", conclui Spiegelman.


Fonte isaude.net

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