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domingo, 29 de julho de 2012

"O medicamento pode ser isento de prescrição médica, mas não é isento de riscos"

CFF reage contra disposição de remédios nas gôndolas das farmácias, autorizada pela Anvisa nesta sexta-feira

O Conselho Federal de Farmácia (CFF) reagiu à decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de permitir a venda de medicamentos isentos de prescrição médica nas gôndolas das farmácias. A determinação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (27), e causou indignação nos membros do CFF no plenário do órgão, em Brasília. Para Diretores e Conselheiros Federais, disponibilizar qualquer medicamento ao alcance livre da população é um retrocesso, um incentivo à cultura da automedicação, o que representa um risco à saúde do brasileiro.

Para o presidente da entidade, Walter Jorge João, a opinião pública não foi levada em consideração. "O resultado da consulta pública, apresentado pela própria Anvisa, mostrou que mais de 70%, das 152 manifestações registradas, foram contrárias ao retorno dos MIPs ao autosserviço e esta opinião, e de diversos segmentos da sociedade, não foi respeitada, tornando inúteis as audiências e consultas públicas", afirma.

Em seu site, o CFF se declara na luta pela saúde pública, por entender que deixar os MIPs ao alcance da população estimula o uso indiscriminado. "Existe uma ideia equivocada, reforçada por interesses comerciais, de que medicamentos isentos de prescrição não fazem mal. Não há um único medicamento, mesmo o mais comum dos antiácidos, que não possa provocar reações adversas. O medicamento pode ser isento de prescrição médica, mas não é isento de riscos. É por ter ciência destes riscos que os farmacêuticos vão continuar na luta em defesa da saúde da população", completa Walter Jorge João.

Fonte isaude.net

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