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sábado, 1 de dezembro de 2012

Complexo de Adônis é cada vez mais comum nas academias

O Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), distúrbio caracterizado por distorção da autoimagem, não acomete apenas as mulheres. A versão masculina do TDC é conhecida como Complexo de Adônis, vigorexia ou dismorfia muscular.
 
Trata-se de insatisfação com a forma e o volume do corpo, quando o homem se percebe franzino e fraco por mais que adquira músculos. A preocupação frequente e excessiva de que não se esteja, ao mesmo tempo, suficientemente magro e musculoso leva à prática demasiada de exercícios físicos, com prejuízo da vida acadêmica, profissional e dos relacionamentos afetivos e sociais.
 
Aqueles que sofrem do Complexo de Adônis seguem dieta restritiva, com alto teor de proteína e que exclui totalmente a gordura. Utilizam suplementos nutricionais e praticam ciclos de esteróides anabolizantes, sempre aumentando as doses para alcançar o objetivo de desenvolver a musculatura em menor espaço de tempo, sem atentar para os riscos à saúde.
 
A preocupação com a imagem corporal torna-se obsessão, que leva a comportamentos repetitivos, que caracterizam compulsão, como checagem frequente com fita métrica, pesagem constante, verificações repetidas em frente ao espelho e comparação com outros homens que pareçam maiores ou mais musculosos.
 
É comum que o rapaz busque confirmação de suas preocupações junto às pessoas próximas, não se satisfazendo com as opiniões de que não há nada de errado com seu corpo.
 
Outros sintomas observados são insistência em se exercitar mesmo após sofrer lesões ou sentir dores resultantes do esforço exagerado; escolha de roupas pesadas ou que façam parecer maior, sobreposição de peças; evitação de situações sociais e recusa de comparecer a restaurantes ou reuniões pelo receio de abandonar a dieta; não frequentar praia, piscina, vestiário e se esquivar de situações onde deva expor o corpo.
 
A pressão por se alcançar sucesso e realização financeira e a necessidade de se destacar em um mundo cada vez mais competitivo, onde o ser humano vem se sentindo descartável pela banalização das relações e pela necessidade de superar, além dos outros, a si mesmo, fragilizam as pessoas e concorrem para o desenvolvimento de depressão, de ansiedade e, cada vez mais, dos transtornos alimentares e de distorção de imagem.
 
Afirmar a individualidade chega a ser ato de rebeldia numa época onde parece mais fácil se submeter às imposições de modelos.
 
Homens também sofrem pressão relativa a critérios estéticos, como barrigas “tanquinho”, corpos sarados e definidos. O ambiente familiar influi no desenvolvimento do transtorno, quando pais muito críticos e preocupados com a aparência, tanto deles mesmos quanto dos outros, podem incutir padrões estéticos incompatíveis na criança ou no adolescente, causando insegurança em relação à sua aparência.
 
Nem toda menina tem biotipo para ser alta e magra como a famosa top model. Nem todo menino pode ser fortão como o conhecido lutador.
 
Quero deixar claro que, mesmo ainda em menor número, mulheres também padecem de vigorexia. O TDC, em homens e mulheres, é causado por desequilíbrio químico no cérebro, além de fatores psicológicos, sociais e culturais.
 
As pesquisas em relação ao desenvolvimento da vigorexia na população masculina ainda precisam ser aprofundadas. Uma das dificuldades de diagnosticar e tratar o distúrbio em homens é cultural: eles tendem a não se abrir sobre sofrimento emocional e psicológico e são refratários a procurar ajuda. Os homens sofrem em silêncio.
 
Por Maria Cristina Ramos Britto,
 
Psicóloga com especialização em terapia cognitivo-comportamental
 
Fonte O que eu tenho

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