Rio de Janeiro – A decisão do prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, de
decretar estado de calamidade pública na rede municipal de saúde do município,
foi recebida com perplexidade pelo presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de
Janeiro, Jorge Darze. Segundo ele, a medida reflete, de maneira geral, a crise
pela qual passa a saúde da maioria dos municípios fluminenses.
“O que leva a uma situação de
perplexidade entre nós da sociedade, e do sindicato dos médicos em particular, é
esse discurso uniforme dos novos prefeitos de reconhecer a crise do setor de
saúde em suas cidades. Se por um lado isso é positivo: um novo governo já
assumindo reconhecendo uma situação de calamidade, por outro é preciso que esses
discursos tenham como contrapartida ações governamentais que venham a
transformar, de fato, a situação da rede de saúde, dando-lhe condições de
atender bem a população”, disse.
A decisão do prefeito de Petrópolis foi adotada após vistoria feita no
Hospital Alcides Carneiro – o principal da cidade. Foram constatados problemas
na unidade e no sistema de saúde do município.
Mesmo reconhecendo a validade da
decisão, que permite a compra de medicamentos e contração de serviços e pessoal
sem os trâmites burocráticos de praxe e a realização de licitações, Darze
manifestou preocupação com os rumos que a decisão do prefeito pode tomar. “Ao
mesmo tempo em que o governante usa o decreto para agilizar a tomada de
decisões, ele também pode usá-lo de maneira indevida, como fator gerador de
improbidade administrativa, se os órgãos fiscalizadores não exercerem
efetivamente o seu papel e, desta forma, evitar que desvios de conduta possam
ocorrer”.
Na avaliação do presidente do Sindicato dos Médicos, é preciso que os
prefeitos que estão assumindo o Executivo de suas cidades, ao reconhecerem a
existência do problemas, busquem soluções que efetivamente beneficiem a
população. “O problema é que, na maioria das vezes, essas posições são muito
mais marketing político do que propriamente uma decisão concreta de
assumir o compromisso de solucionar o problema e encontrar uma saída responsável
para o caos existente da rede pública de saúde”, declarou.
Fonte Agência Brasil
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