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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

País importa técnica que torna cirurgia de ponte de safena menos agressiva

Novo método reduz o corte na perna, necessário para retirada da veia, a uma incisão de no máximo dois centímetros
 
Uma nova técnica de retirada da veia safena da perna deve tornar a cirurgia de ponte de safena menos traumática. No procedimento atual, parte da veia é usada para restaurar o fluxo de sangue do coração, comprometido pelo entupimento das artérias. A técnica é invasiva e envolve a abertura do tórax. Além disso, a coleta da veia é feita por um longo corte longitudinal na perna ou por diversas incisões menores que vão desde a virilha até o tornozelo.
 
Com o novo método, que já chegou ao Brasil e agora deve ser avaliado por um estudo do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, a veia passa a ser retirada por via endoscópica, reduzindo o corte no membro inferior para uma única incisão de no máximo dois centímetros. Para o médico Ricardo Barros Corso, chefe da Clínica de Cirurgia Vascular do Hospital das Forças Armadas do Distrito Federal (HFA-DF), que já operou cerca de 70 pacientes com a técnica, o recurso trará menos complicações pós-operatórias e recuperação mais rápida.
 
— Vários pacientes que necessitam da operação têm também dificuldade de cicatrização nas pernas — diz Corso.
 
Isso porque muitos são obesos, têm má circulação e são diabéticos, o que determina um processo de cicatrização complicado. Por esse motivo, o corte tradicional leva a uma maior incidência de infecção, inchaço e dor.
 
O médico Fernando Moraes, cirurgião vascular do Instituto do Coração de Pernambuco (Incor - PE), já fez 22 cirurgias com a técnica.
 
— Uma vez que não existe uma incisão longa, o risco de apresentar dor é bem menor. A mobilidade do paciente é maior após a cirurgia, pois tem menos incômodo — diz.
 
De acordo com Corso, usando essa técnica, a incidência de complicações cai para um quarto em comparação com a cirurgia tradicional. O resultado de sua experiência com a técnica vai resultar em um artigo na revista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV).
 
— No Brasil, temos hoje cerca de mil pacientes que foram operados pela técnica, o que é muito pouco, menos de 2% da casuística total do país em um intervalo de dois anos. Minha impressão é de que, nos próximos cinco a dez anos, essa passe a ser a primeira técnica em aplicação — afirma.
 
Atualmente, o Incor tem um projeto para avaliar essa tecnologia que, para ser posta em prática, ainda tem de passar pela comissão científica da instituição. A empresa Maquet, uma das fabricantes do equipamento que permite a coleta endoscópica dos vasos, deve ser parceira do instituto no projeto. O objetivo é submeter 100 pacientes à nova tecnologia, que serão comparados a outros 100 pacientes tratados com a cirurgia tradicional.
 
Corso observa que enquanto a maioria das especialidades passou a adotar a cirurgia videoendoscópica há bastante tempo, a cirurgia cardiovascular tem sido uma das últimas a usar incisões menores e cirurgias por vídeo.
 
Recuperação rápida
O pecuarista João Ricardo Garcia Annoni, de 62 anos, teve um enfarte no início de novembro.
 
— Estava na minha fazenda. Sabia que estava com problema, mas não sabia que era tão grave.
 
Depois de voltar para a cidade dirigindo, foi convencido por sua filha a ir ao hospital. Lá recebeu o diagnóstico de enfarte agudo do miocárdio.
 
— A partir daquele momento, não saí mais. Fiz o cateterismo no dia seguinte, pela manhã.
 
O cirurgião avisou que uma angioplastia poderia resolver o problema, porém seriam necessários cinco stents e, em três anos, poderia ser necessária uma revisão. Já com a cirurgia de peito aberto, seriam necessárias de três a cinco pontes, porém os resultados teriam duração média de 15 anos.
 
A opção foi pela ponte de safena com o novo método de retirada da veia.
 
— O estrago é muito menor. Tenho amigos que fizeram o outro método, é horrível. O meu corte tem dois centímetros. A cirurgia já tem essa coisa agressiva do tórax, que tem de abrir e serrar o osso — diz.
 
Segundo ele, a recuperação foi rápida e poucos dias após a operação era possível andar normalmente.
 
Fonte Zero Hora 

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