Incidência de intoxicações alimentares cresce no verão |
O cheirinho do milho verde cozinhando na panela do quiosque exala pela orla.
Vendedores ambulantes caminham entre os guarda-sóis oferecendo de pastel a
cocada. Fora o carrinho de picolé que passeia molhando as rodinhas à beira-mar
para a tentação do paladar infantil.
A oferta gastronômica na beira da praia é farta em variedade, porém pobre em
nutrientes. E ainda fica mais cara a cada nova temporada que se inicia. Para
preservar a saúde dos pequenos e não salgar as contas dos pais, quem pode ir
para a esteira é a bolsa térmica.
– Praticamente tudo o que é vendido na beira da praia é inadequado para o
consumo de crianças – adverte o pediatra Danilo Blank, professor no Laboratório
Pediátrico do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
Segundo o médico, no verão cresce a incidência de intoxicações alimentares,
não só no litoral. Na beira da praia, porém, o controle sobre as condições de
higiene do local e o modo como os alimentos são preparados ou conservados é
ainda mais limitado, o que faz aumentar o risco de infecção intestinal.
Os sinais do desconforto são diarreia, vômito e febre. Na maioria dos casos,
não duram mais do que três dias e são contornados com cuidados domésticos, sem
necessidade de médico nem pronto-socorro.
Para evitar que uma dor de barriga comprometa o veraneio com as crianças, a
dica é preparar um kit de sobrevivência antes de sair de casa.
– O pais precisam se preocupar basicamente com duas coisas: manter as
crianças hidratadas e amenizar a fome, porque o almoço na praia sempre atrasa,
quando tem almoço – observa a nutricionista Lenice Zarth Carvalho.
Organização adequada é tarefa fundamental
Para isso, nem precisa um cardápio muito elaborado. São basicamente seis
ingredientes: pão integral, queijo, requeijão, iogurte, frutas e água (veja ao
lado). Organizar a bolsa de forma adequada exige quase mais dedicação do que
preparar os alimentos. Cuidados como colocar as garrafas em pé e embrulhar o
sanduíche num saquinho evitam acidentes, como molhar o pão no caminho até a
orla.
A recomendação da nutricionista é oferecer um lanchinho para a criança a cada
duas horas de brincadeira na areia e nunca descuidar da hidratação. Quando o
calor é forte e a criança está ativa demais, transpirando muito, podem ser
oferecidas bebidas isotônicas para repor sais minerais.
Como o ritmo é de férias e nesta época todo mundo abre uma exceção, um picolé
de vez em quando é permitido para refrescar, mas dê preferência aos de
frutas.
Veja como compor uma bolsa térmica com alimentos saudáveis e que não
pesam no bolso:
Sucos: não há problema em levar suco natural feito em casa
para a beira da praia, desde que haja gelo na bolsa térmica. Outra dica é
colocar o suco na garrafinha térmica que vai para a lancheira da escola. Sucos
industrializados têm maior poder de conservação, mas prefira os integrais e sem
açúcar. Evite também o suco em excesso, pois ele pode ser bastante calórico
Frutas: opte por frutas inteiras, não picadas nem amassadas,
que estão mais sujeitas à fermentação com efeito do calor. Mesmo para bebês, o
ideal é não levar a papinha pronta de casa, e sim raspar uma maçã na hora, por
exemplo. Com R$ 5, você compra uma boa porção de frutas.
Sanduíche: prepare um sanduíche simples, com pão integral,
queijo e requeijão. Evite colocar maionese, pastas caseiras e saladas no
recheio, pois eles podem azedar com o calor. Um pacote de pão integral fatiado,
um potinho de requeijão e 200 gramas de queijo saem por cerca de R$ 10 e
garantem sanduíches para alguns dias de praia.
Iogurte: é indicado porque apresenta bom potencial nutritivo
e é de fácil digestão. Rico em probióticos, que equilibram a flora intestinal e
fortalecem o sistema imunológico. Um potinho de iogurte com pedaços de fruta
custa em torno de R$ 2.
Fonte Zero Hora
Nenhum comentário:
Postar um comentário