Rio de Janeiro- Pacientes com sintomas de doenças que aparecem após
enchentes, como
leptospirose, dengue e hepatite A, estão recebendo tratamento diferenciado
em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A cidade foi atingida por fortes
chuvas que deixaram 1,1 mil pessoas desalojadas ou desabrigadas na semana
passada.
Preocupada com o acúmulo de lixo na cidade, que sofre com a falta de coleta
seletiva há três meses, a Secretaria Estadual de Saúde tem orientado os
moradores sobre o surgimento das doenças desde dezembro. No último domingo (6),
foi instalado Centro de Hidratação de Dengue, em Xerém, distrito de Duque de
Caxias e o mais afetado pelo temporal.
De acordo com o superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da
secretaria, Alexandre Chieppe, o centro tem capacidade para atender 300
pacientes por dia e está “propositalmente superdimensionado para o pior
cenário”. "Ainda não estamos no período de pico de transmissão das doenças, que
deve ser no final da semana”, informou.
Para as demais doenças, foi estabelecida uma triagem diferenciada nos postos
de saúde, que receberam 3 mil antibióticos para medicação precoce contra
leptospirose. Os postos, lembrou Chiepp, também passaram por uma limpeza depois
do Natal, quando um
mutirão retirou o lixo acumulado nas imediações das unidades de saúde.
“Estruturamos um serviço para identificar sinais e sintomas que, às vezes,
são leves, que não são valorizados em uma rotina, mas que agora tem que ser
valorizados porque podem indicar sinais e sintomas de doenças mais graves”,
explicou Chieppe. A leptospirose, por exemplo, que causa febre e dor no corpo,
pode evoluir para uma insuficiência renal.
Outra preocupação é com a qualidade da água. Amostras colhidas em sete
abrigos em Xerém foram consideradas inadequadas pela vigilância e o município
pede doações. A recomendação é que a população só beba água mineral e faça
desinfecção nas caixas d'água com hipoclorito de sódio. A substância deve ser
aplicada na proporção de duas gotas para 1 litro de água.
Para evitar contato com a água das enchentes e contrair doenças, a orientação
é usar luvas, botas de borracha ou sacos plásticos durante a limpeza das casas,
segundo o infectologista Edimilson Migowski, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ).
Fonte Agência Brasil
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