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sábado, 10 de agosto de 2013

Estresse das grandes cidades pode ser fator de risco para o coração

Estresse das grandes cidades pode ser fator de risco para o coração  Stock Images/Stock ImagesEstado de tensão e alerta pode liberar de hormônios que comprometem saúde cardíaca
 
Além de enfrentar uma intensa rotina de trabalho, quem vive nas grandes cidades precisa lidar diariamente com fatores bastante desgastantes como o trânsito e a violência. Embora muitos tenham se acostumado ao ritmo dos grandes centros urbanos, enfrentar a rotina dentro deles gera muito mais do que um desgaste físico e emocional.
 
— O estresse vivido por quem mora na cidade causa o aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca, além de provocar a liberação de hormônios que também podem prejudicar o coração — afirma a cardiologista do Hospital do Coração (HCor), Magaly Arrais.
 
Magali explica que, em função do estado de tensão e alerta contínuo do corpo, o cérebro sofre alterações que levam a uma liberação de altos níveis de hormônios que geram instabilidade no organismo e podem provocar espasmos na artéria coronária que irriga o coração, além de lesionar células cardíacas, conhecidas como miócitos, por causa do aumento dos radicais livres.
 
— O excesso de hormônios como o cortisol e a adrenalina, por exemplo, aumenta os batimentos cardíacos e eleva a pressão arterial. Por isso, pessoas predispostas ou com problemas cardíacos podem sofrer infartos e até vir a óbito, caso sejam expostos a altos níveis de tensão e ansiedade — explica a médica.
 
Os sintomas do estresse
Para enfrentar a rotina urbana de maneira saudável, é preciso se cuidar. Por isso, a psicóloga Priscila Regina Torres Bueno explica como identificar sinais de tensão que possam indicar níveis mais altos de estresse.
 
— Estresse é uma condição de desequilíbrio do funcionamento físico e mental e pode ocorrer quando o organismo precisa lidar com situações que exigem um grande esforço físico e emocional para serem superadas. Fatores como competição profissional, violência, insegurança, mudanças na rotina familiar, profissional ou perdas financeiras podem desencadear o problema — afirma Priscila.
 
De acordo com a psicóloga, os sintomas que indicam níveis mais altos de estresse podem aparecer em estágios, muitas vezes não percebidos pelas pessoas. Primeiramente há a fase de alerta que pode causar tensão ou dores musculares, irritabilidade, sensibilidade emocional, ansiedade e inquietação. O estágio seguinte é o da resistência ao fator que gera o estresse, no qual podem surgir cansaço e perda de memória.
 
— Quando o organismo não consegue se adaptar ao fato que causa o estresse, o indivíduo entra na fase da exaustão. Nesse estágio pode haver dificuldade de concentração, perda de memória, falta de interesse sexual, impotência, infecções ginecológicas, distúrbios menstruais, erupções dermatológicas, quedas de cabelo, perda ou ganho de peso, desânimo, questionamentos pessoais e profissionais, além de sintomas de ansiedade, pânico e depressão — revela a psicóloga.
 
Como aliviar a tensão
Para combater todos esses problemas, a melhor opção ainda é relaxar. Para isso, Priscila também tem algumas dicas. Segundo ela, quando o organismo fica em alerta ou sob tensão, ele precisa entrar em equilíbrio para se recuperar. Por isso, é fundamental desfrutar de momentos que tragam prazer e relaxamento, como a prática de exercícios físicos e o cultivo de relacionamentos saudáveis que possam funcionar como suporte emocional. Além disso, é muito importante reconhecer os próprios sentimentos, os sintomas de estresse e procurar o apoio de pessoas próximas ou de especialistas que auxiliem a enfrentar o problema, propondo modelos de comportamento mais adequados diante de cada dificuldade do dia-a-dia.
 
— Vale lembrar que a ingestão de bebida alcoólica, cigarro e o excesso de comida não auxiliam a pessoa. O ideal é buscar o equilíbrio emocional de maneira saudável — finaliza a psicóloga.

Fonte Zero Hora

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