Condições precárias prejudicam controle de imunização no continente. Tecnologia robusta busca evitar mortalidade no Quênia, Benin, Zâmbia e Uganda
A empresa norte-americana Lumidigm, especialista em autenticação, anunciou esta semana que os sensores biométricos de imagem multiespectral sendo usados para diminuir o déficit de vacinação no Quênia, Benin, Zâmbia e Uganda. Cerca de 2,5 milhões de crianças nascidas na África em 2013 morrerão antes de completar cinco anos de idade por conta de um sistema de comunicação e distribuição de vacinas falho.
Em decorrência da falta de um acompanhamento efetivo do histórico de vacinação, a prevenção de doenças não está acontecendo da forma ideal. Na África, esse processo depende de um grande número de profissionais de saúde que atendem áreas muito grandes e remotas. Sem os registros de vacinação para consultar, há pessoas sendo imunizadas mais de uma vez desnecessariamente, muitas outras sendo simplesmente esquecidas, e um grande suprimento de vacinas sendo desperdiçado.
A taxa de desperdício das vacinas é superior a 50% em determinadas localidades de difícil acesso. O dispositivo móvel de baixo custo, o VaxTrac, está buscando resolver o problema através de um registro de vacinação biométrico operado e gerido em campo. Com os sensores de impressão digital da Lumidigm (em parceria com a Fulcrum), pacientes adultos e crianças estão sendo identificados e cadastrados no sistema. Quando um paciente retorna, seu histórico de vacinação é consultado a partir da sua identificação biométrica, permitindo que o profissional de saúde ofereça atendimento adequado.
Mark Thomas, diretor executivo da ONG VaxTrac, conta que o teste dos sensores Lumidigm começou em 2012. Como a pele das crianças, especialmente as pequenas, pode ser muito maleável, as tecnologias biométricas convencionais não funcionaram. A nova tecnologia de imagem multiespectral capta a impressão digital da superfície da pele e uma camada interna mais profunda, aumentando a precisão do processo.
A tecnologia de imagem multiespectral foi desenvolvida para superar os problemas de captura de impressão digital que os sistemas convencionais apresentam em condições não ideais. Bill Spence, vice-presidente comercial da Lumidigm para a América do Norte, Europa e Austrália, explica que a capacidade de ler rapidamente as impressões digitais de pacientes que vivem em ambientes extremamente secos ou úmidos, ou com dedos já desgastados, engordurados ou molhados, é vital para o programa.
O registro biométrico de vacinação também permite comunicação em tempo real para a gestão da cadeia de suprimentos, reduzindo o desperdício. A primeira implantação de sensores de impressão digital Lumidigm no continente africano aconteceu em março de 2013. As unidades estão agora no Quênia, Uganda e Benin – sendo que a maior implantação se deu em 40 clínicas da Zâmbia.
Agentes comunitários de saúde são treinados para usar o sistema biométrico de entrega de vacina.
Segundo o fabricante, ele pode ser manuseado até mesmo por quem tem um nível limitado de alfabetização.
SaudeWeb
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