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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Combinação de drogas consegue matar bactérias resistentes a antibióticos

 Os estudos foram interrompidos quando alguns germes se
tornaram resistentes a ele
Grandes empresas farmacêuticas já tinham acompanhado de perto um composto denominado Adep (acil-depsipeptídeo), mas os estudos foram interrompidos quando alguns germes se tornaram resistentes a ele
 
Cientistas revelaram nesta quarta-feira uma combinação de medicamentos capaz de destruir germes resistentes a antibióticos em ratos, um feito com potencial para abrir um novo caminho para o tratamento de infecções crônicas e recidivas em humanos.

Grandes empresas farmacêuticas já tinham acompanhado de perto um composto denominado Adep (acil-depsipeptídeo), mas os estudos foram interrompidos quando alguns germes se tornaram resistentes a ele.

Mas pesquisadores dos Estados Unidos anunciaram que, quando usado juntamente com antibióticos convencionais, o Adep demonstrou ser um assassino implacável.

"Nós decidimos uni-lo a antibióticos convencionais para impedir a propagação de células resistentes (a medicamentos)", explicou Kim Lewis, da Universidade Northeastern, em Boston, co-autor do estudo.

O composto "esterilizou completamente" as bactérias em uma Placa de Petri e em ratos com infecção severa nos membros posteriores, disse Lewis.

"A eficácia em um modelo animal na verdade é um indício muito bom da eficácia em humanos, então penso que é totalmente realista" que o medicamento possa dar resultado, acrescentou.

Os seres humanos contam com antibióticos para combater uma grande variedade de doenças bacterianas, da amigdalite à tuberculose, mas os antibióticos não funcionam em todos os tipos de bactérias, e em alguns casos em que são eficazes, os germes evoluem de forma preocupante para tipos resistentes a medicamentos.
 
Algumas infecções são causadas por biofilmes: acúmulos pegajosos de células bacterianas que recobrem áreas infectadas e bloqueiam a ação do sistema imunológico, segundo um podcast da Nature, que acompanhou o estudo da revista britânica.

Embora consigam penetrar nestes biofilmes, os antibióticos não conseguem por fim à infecção por causa das denominadas "células persistentes".

Estas são células dormentes contidas no biofilme que param de se dividir ou crescer e desativam o seu metabolismo.

As células dormentes são a causa principal de infecções bacterianas crônicas e recidivas, uma vez que os antibióticos convencionais só conseguem atingir células bacterianas de crescimento ativo.

"Precisávamos procurar algo que em uma persistente ativasse uma função que a corrompesse, que permitisse matar a célula", afirmou Lewis.

Os cientistas testaram, então, o composto Adep em laboratório e descobriram que ele ativa uma protease nas células. Uma protease é uma proteína que rompe outras proteínas, finalmente levando à morte das células.

Nos experimentos, a protease degradou as proteínas nas células bacterianas, fazendo estas moléculas se "auto-digerirem", disse Lewis.

"Não importa se aquela célula era crescente, dormente ou persistente. Então, o composto tem a habilidade de esterilizar uma infecção", afirmou.

A razão pela qual as empresas farmacêuticas abandonaram o Adep como uma opção de medicamento foi porque a resistência a ele se desenvolveu "muito rapidamente", explicou o autor do estudo. Além disso, as células bacterianas que não produzem protease são completamente resistentes ao Adep, quando o composto é usado sozinho.

Em seus experimentos, os cientistas, então, empregaram o Adep em conjunto com antibióticos convencionais, como a rifampicina para exterminar germes de 'Staphylococcus aureus'.

"Nós descobrimos que estes mutantes que não têm a protease se tornam suscetíveis a morrer essencialmente com qualquer antibiótico", afirmou Lewis.

"É por isso que obtemos a esterilização quando combinamos o Adep com virtualmente qualquer outro antibiótico e isto, claro, resolve o problema da resistência", prosseguiu.

Lewis explicou que sua equipe agora trabalha com uma empresa de biotecnologia para fazer avançar estes resultados.
 
Correio Braziliense

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