Rio de Janeiro - O Ministério da Saúde vai testar uma nova estratégia para
prevenir a infecção pelo HIV com o uso de remédio. A partir de 2014, as unidades
de saúde do Rio Grande do Sul, em projeto piloto, disponibilizarão
antirretrovirais para grupos vulneráveis ao contato com o vírus. A medida foi
anunciada ontem (1º), Dia Mundial de Luta contra a Aids, no Rio de Janeiro.
De acordo com o ministério, serão distribuídos medicamentos de uso diário
para pessoas com risco elevado de infecção na tentativa de bloquear a
contaminação. Neste primeiro momento, a medida vai focar homens que fazem sexo
com homens, gays, profissionais do sexo, travestis, transexuais,
pessoas que usam drogas, detentos e pessoas em situação de rua.
Na tentativa de ampliar a prevenção, o ministério também informou que
distribuirá pela rede básica de saúde medicamentos que impedem a infeccção por
HIV se tomados em até 72 horas depois do contato com o vírus. Atualmente, já
tomam esse coquetel profissionais de saúde que, por acidente, tiveram contato
com o HIV ou quem, por falha, foi exposto ao vírus durante relação sexual.
Neste Dia Mundial de Luta contra a Aids, o Brasil ainda anunciou que passará
a tratar imediatamente pessoas identificadas com o HIV. Antes, o acompanhamento
na rede só começava quando a pessoa desenvolvia a aids, que é a doença. A medida
possibilitará melhoria da qualidade de vida dos pacientes e redução em 96% dos
riscos de transmissão do vírus.
“Ou seja, testou (deu positivo), vai ser orientado a começar a tratar, sem
esperar para ver a se pessoa tem sinais de redução da defesa do corpo, de
comprometimento”, explicou o ministro da Saúde Alexandre Padilha.
Para facilitar o tratamento, Padilha também disse que a pasta fornecerá o
“três em um” no Rio Grande do Sul e no Amazonas a partir de 2014. Produzido pela
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o medicamento consiste em uma única cápsula com
três princípios ativos, reduzindo o número de remédios que devem ser ingeridos
pelos pacientes em tratamento.
Segundo o ministro, que estima um investimento de R$ 1,3 bilhão em programas
de combate e prevenção à aids em 2014, o Rio Grande de Sul e o Amazonas foram
escolhidos por serem os estados com a maior incidência de aids e de mortes em
decorrência da doença, respectivamente.
Agência Brasil
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