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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Sabonetes bactericidas terão de provar eficácia e segurança nos EUA

Depois de mais de 40 anos de estudos, o governo americano afirmou nesta segunda-feira (16) que não tem provas de que os produtos químicos usados em sabonetes bactericidas ajudem a evitar a proliferação de germes e está revisando pesquisas que sugerem possíveis riscos decorrentes de seu uso.
 
A FDA (agência reguladora de remédios e medicamentos nos EUA) afirmou que está revisando a segurança de químicos como o triclosano, com base em estudos que sugerem que eles podem interferir com níveis hormonais e estimular o crescimento de bactérias resistentes a medicamentos.
 
A decisão preliminar do governo dá apoio a pesquisadores que vêm questionando esses produtos há muito tempo, dizendo que, na melhor das hipóteses, eles são ineficazes, mas podem ser até uma ameaça à saúde pública.
 
"A FDA finalmente está pedindo que a indústria mostre que esses produtos são melhores do que água e sabão comum", afirmou Stuart Levy da Universidade Tufts.
 
Segundo a regra proposta nesta segunda, a agência vai pedir que os fabricantes provem que os sabonetes bactericidas são seguros e mais eficazes do que água e sabão.
 
Os que não se provarem seguros e eficazes até o fim de 2016 terão de ser reformulados, sofrerão mudanças de rótulo ou serão removidos do mercado.
 
"Suspeito que haja muitos consumidores que acreditam que usando um sabonete bactericida eles estão se protegendo de doenças, protegendo suas famílias", afirmou Sandra Kweder, vice-diretora do centro de drogas da FDA. "Mas não temos evidência de que esse seja o caso em comparação com água e sabão simples."
 
Um representante da indústria afirmou que a FDA tem riqueza de dados mostrando os benefícios dos produtos.
 
Um estudo da agência estima que as empresas vão gastar de U$ 112,2 milhões a US$ 368,8 milhões para se adaptar às novas regras, que não incluem produtos à base de álcool.
 
A agência vai abrir consulta pública e aceitará sugestões de empresas e pesquisadores por um ano antes de fechar a regra.
 
Ainda que as novas exigências vão ser aplicadas só a produtos de higiene pessoal, elas podem afetar uma indústria maior, que inclui uma série de produtos revestidos com bactericidas, como facas de cozinha, brinquedos, chupetas e pasta de dente. Nos últimos 20 anos, as empresas vêm adicionando o triclosano, encontrado em 75% dos sabões bactericidas, a milhares de produtos para uso doméstico, destacando suas propriedades antigermes.
 
A maior parte dos estudos com triclosano é feita com animais de laboratório. Estudos com roedores mostraram mudanças na testosterona, no estrogênio e nos hormônios da tireoide. Alguns cientistas temem que essas mudanças possam causar risco de infertilidade, puberdade precoce e até câncer.
 
A FDA destaca, no entanto, que esses estudos não necessariamente se aplicam a humanos.
 
Em marco de 2010, a União Europeia baniu o uso do triclosano em produtos que entram em contato com comida, como embalagens e talheres.
 
A American Cleaning Institute, que reúne empresas do setor de limpeza, afirmou que vai enviar novos dados à FDA, incluindo estudos que mostram que os produtos não levam ao crescimento de bactérias resistentes a medicamentos.
 
"Estamos perplexos com a sugestão da agência de que não há evidência de benefício dos sabonetes bactericida", afirmou Brian Sansoni, representante do instituto. "A indústria enviou dados detalhados em 2008 mostrando que os sabonetes antibactéria são mais eficazes em matar os germes do que os comuns."
 
Folhaonline

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