
O Cardoso Fontes foi enquadrado no nível 3 da Resolução 100 do Cremerj, em
função do déficit de médicos de várias especialidades. A falta de recursos
humanos resultou no fechamento de diversos serviços, como a unidade
intermediária cirúrgica, unidade intermediária clínica, unidade coronariana,
enfermaria de cardiologia e serviço de cirurgia torácica. Com isso, 29 leitos
foram desativados. Para agravar a situação, a emergência pediátrica, apesar de
inaugurada em 2010, nunca funcionou e permanece fechada.
O vice-presidente do Cremerj, Nelson Nahon, disse que é gravíssima a situação
no Cardoso Fontes. "No hospital, os médicos estão se aposentando ao longo dos
anos e o Ministério da Saúde não fez nenhum concurso para suprir a falta de
profissionais". Ele acrescentou que o CTI Pediátrico do Cardoso Fontes, que era
referência no atendimento a crianças, teve a sua capacidade reduzida, por falta
de profissionais de saúde.
O médico, que atua também como coordenador de Fiscalização do Cremerj, disse
que, entre os hospitais federais no Rio, é lamentável a situação nos do Andaraí,
de Bonsucesso e do Cardoso Fontes. Segundo ele, na semana passada foram
suspensas 26 cirurgias marcadas no Hospital do Andaraí, "porque faltavam roupões
para os médicos vestirem para entrar no centro cirúrgico".
Nahon disse que, para uma pessoa iniciar um tratamento de câncer nesses
hospitais, demora de quatro a cinco meses desde o atendimento até a internação.
"Dessa forma, a chance de cura é reduzida e o paciente é submetido a um
tratamento paliativo", explicou.
O Cremerj vem denunciando o sucateamento do Hospital Cardoso Fontes, assim
como as péssimas condições de trabalho em que os médicos são submetidos.
Procurado, o Ministério da Saúde ainda não se pronunciou sobre o sucateamento do
Cardoso Fontes.
Agência Brasil
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