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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Dormir é perda de tempo?

Ao contrário do que muitas pessoas ainda pensam, dormir está longe de ser um desperdício de tempo. Cada vez mais, os maiores centros de pesquisas do mundo revelam a importância, a necessidade e os benefícios de uma boa noite de descanso. O descaso com o sono, porém, é relevante: estima-se que 1/3 da população mundial não durma direito.
 
“É enquanto dormimos que ocorre o processo de regeneração celular, aquisição de memória, produção cíclica de neurotransmissores e hormônios, armazenamento de energia e a produção de anticorpos, imprescindível para a manutenção da vida”, afirma Dra. Olga Judith Hernandéz Fustes, médica neurofisiologista especialista em sono. Ou seja, “dormir pouco afeta diretamente nossa imunidade, fazendo-nos mais suscetíveis às doenças, à depressão, cardiopatias e até à obesidade”, reitera a médica. 
 
É possível ver facilmente os resultados de uma noite de sono sem qualidade logo no dia seguinte. Entre as consequências estão o cansaço, sonolência, transtorno de memória, diminuição dos reflexos, irritabilidade, mau humor, entre outras. Agora, quando não são noites mal dormidas, e sim semanas, meses ou anos, o quadro de patologias instaladas é crítico. Fique atento aos sinais que seu corpo está dando: às vezes, o problema não é apenas estresse, sedentarismo ou maus hábitos. O que você precisa começar a fazer mesmo é dormir direito.
 
Não há um determinado número de horas para dormir. A conta varia de acordo com o organismo e a idade de cada um. Porém, deve-se sempre atingir todos os estágios do sono, e isso só é possível quando se dorme mais do que seis horas por dia. Assim, seu organismo vai trabalhar de forma eficaz e você terá um dia e uma vida bastante proveitosos. 
 
Durma bem
Segundo a Associação Brasileira do Sono, deitar a cabeça no travesseiro e dormir bem é um privilégio de poucos. Quase metade dos brasileiros possui algum problema ou dificuldade para dormir. Em números mundiais, cerca de um terço da população tem algum distúrbio relacionado ao sono. 
 
Vários fatores prejudicam o sono. Além do estresse, é preciso estar atento ao nível de cansaço, a alimentação, os horários, o nível de luminosidade e ruído do quarto, a cama, travesseiros e colchão, o que pensamos em relação ao sono, medicamentos que usamos, dores... Tudo isso influencia na obtenção de uma noite bem dormida.
 
“Além disso, existem mais de cem distúrbios do sono. Entre os mais conhecidos estão as insônias, a apneia do sono, o ronco, os transtornos do movimento, como a Síndrome das Pernas Inquietas, bruxismo, sonambulismo e vários outros, que também atrapalham este período de descanso”, relata Dra. Olga.
 
De olho no sono
Muita gente não sabe que sofre de algum tipo de distúrbio do sono. Foi o caso da psicóloga Ilda Cardoso Herrera, que tentou vários tratamentos para dormir, sem sucesso. Até fazer um exame mais completo, a polissonografia, que consiste em um escaneamento total da atividade através de eletrodos fixados no paciente. Demora entre sete e oito horas e é feita no período em que o paciente costuma dormir.
 
“Descobri por meio da polissonografia que tinha a Síndrome das Pernas Inquietas, por isso nenhuma posição era satisfatória. As pernas não me deixavam dormir. Depois do diagnóstico, comecei o tratamento e logo em seguida, já senti diferença. Fiquei muito feliz com o resultado”, comemora Ilda.

Ao detectar algum distúrbio, é bom saber que há tratamento. “Com o problema identificado, começamos o tratamento associando novas recomendações para uma higiene do sono, uso inicial de medicamentos e, quando o problema está relacionado ao ronco e apneias, indicamos a utilização inicial do CPAP (equipamento que insufla ar nos pulmões), para que o paciente já tenha uma melhora inicial em sua qualidade do sono”, explica Dra. Olga Judith. 
 
Em seguida, implanta-se uma nova rotina de higiene do sono e promoção de hábitos mais saudáveis aos pacientes. De acordo com esses resultados, elimina-se ou ajusta-se o uso de medicamentos. Em diversos casos, substitui-se o CPAP pelo aparelho intraoral. Recomenda-se também o tratamento fonoaudiológico para fortalecer os músculos da região da garganta.
 
O mais importante é o paciente se conscientizar e levar a sério o descanso, para não comprometer sua saúde física, mental, sexual e emocional. Para isso, medidas preventivas devem ser tomadas, como a mudança de hábitos, iniciando com uma atividade física, a alimentação saudável, a não ingestão de bebidas alcoólicas. “A mudança de hábitos é a chave para evitar ou amenizar os problemas”, afirma Dra. Olga Judith.
 
Revista Corpore

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