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domingo, 30 de março de 2014

Com R$ 10 por mês e boa escovação é possível evitar a cárie, garante especialistas

Thinkstock
Escova, pasta de dente e fio dental ajudam a prevenir cárie
Conheça os sinais da principal doença bucal do País, mas aposte na prevenção
 
Escova, pasta de dentes e fio dental são os três aliados essenciais para deixar os dentes livres da principal doença bucal que atinge os brasileiros, a cárie. Com investimento de R$ 10 por mês nos três produtos, combinados com escovação correta, é possível evitar a doença. E, consequentemente, poupam de ter um gasto de R$ 100 (média) por dente para fazer o tratamento, garantem os especialistas entrevistados pelo R7.
 
Na boca, há uma bactéria que se alimenta dos açucares ingeridos na alimentação para sobreviver. Como resultado dessa metabolização, o “bichinho” libera um ácido que “desmineraliza os dentes” e consequentemente aparece a cárie, conforme explica a cirurgiã-dentista e professora de odontologia Elaine Cristina Escobar. A cárie não é transmissível.
 
— Só o açúcar ou só a bactéria não vão provocar a cárie. Quem terá a doença é aquele indivíduo suscetível e que não higieniza adequadamente o açúcar da dieta, ou seja, não escova bem os dentes.
De acordo com a especialista, os primeiros sinais da cárie são manchas brancas no dente, que podem progredir para amareladas, e até mesmo sinais de cor marrom.
 
— Depois aparece a cavidade de cárie em que torna necessária fazer a restauração no dente. Na fase da mancha branca, o tratamento é mais simples, pois basta remineralizar com o flúor. Já quando existe a cavidade, a cárie deve ser removida e estrutura dental que foi retirada será substituída pela resina. Se não for tratada, a cárie progride ainda mais, atinge a polpa do dente e gera a dor. Nesse caso, já é necessário tratamento de canal ou até o uso de prótese dentária.
 
Dado do mais recente estudo do Ministério da Saúde, realizado em 2010, mostra que a maioria dos adultos brasileiros “busca o dentista para realizar tratamento” e não para prevenir.
 
Por isso, em muitos casos, a pessoa só percebe que está com dentes cariados quando a dor aparece e, só por conta isso, procura o especialista, alerta a professora de odontologia da USP (Universidade de São Paulo) Maria Salete Nahás Pires Corrêa.
 
— A pessoa deve procurar o dentista antes de sentir dor como forma de prevenir o aparecimento da cárie. Quando o incômodo aparece, o dente já está lesionado e o tratamento é inevitável.
 
O odontopediatra e presidente da ABO (Associação Brasileira de Odontopediatria), Paulo César Rédua, afirma que a visita ao dentista deve ser realizada de seis em seis meses. A consulta preventiva aliada à higiene adequada realizada em casa vai garantir a saúde e a manutenção dos dentes.
 
— Crianças que passam o dia em escolinha, por exemplo, devem ir ao dentista a cada quatro meses e as mães devem priorizar a escovação antes de dormir, já que não acompanham a higiene bucal do dia-a-dia.
 
Segundo o Ministério da Saúde, 18% dos adolescentes de 12 anos nunca foram ao dentista no Brasil. Ainda de acordo com o mesmo estudo de 2010, 37,8% dos adolescentes, da mesma idade, sofreram reflexo da falta de condições bucais em sua vida diária. Entre os principais impactos foram relatadas dificuldades para comer, incômodo para escovar os dentes, nervosismo ou irritação e vergonha para sorrir. O quadro também foi semelhante entre jovens de 15 a 19 anos e entre os adultos na faixa etária de 35 a 44 anos, a maioria também apresentou algum impacto.
 
Só açúcar é culpado?
Apesar de ser visto como grande vilão da cárie, a especialista da USP explica que não é “só o açúcar o problema” e sim a frequência da ingestão de alimentos adocicados associados à falta de higiene.
 
Como o perigo não está na quantidade de doces, o odontopediatra reforça que “o recomendado é comer na hora certa”.
 
— Comer várias vezes ao dia faz mal aos dentes porque o açúcar diminui o Ph [grau de acidez] da saliva e quando ele está baixo, ou seja, mais ácido, propicia o ambiente ideal para a formação de placa bacteriana.
 
Portanto, a orientação é escovar sempre após as refeições e caprichar na limpeza antes de dormir porque neste período a língua está em repouso e não há secreção salivar para fazer a limpeza mecânica da boca, segundo Rédua.
 
— Não é o tipo de escova de dente que impede a cárie, mas a qualidade da escovação.
 
Cárie pode provocar perda do dente
Cárie não tratada pode evoluir para um canal (quando afeta a parte interna do dente) e até mesmo a perda do dente, lembra a dentista Juliana Thompson. Além disso, a bactéria causadora do problema “pode cair na corrente sanguínea e atingir outros órgãos do corpo, como o coração”.
 
— Embora raro, é possível que a bactéria se espalhe para outros órgãos do corpo. Se chegar ao coração, por exemplo, quem tem uma pré-disposição genética a doenças cardíacas, a bactéria poderá desencadear algum problema ou agravar a situação.  
 
Bebê também necessita de cuidados
Durante a primeira infância, principalmente até a idade de 24 meses, a dieta do bebê depende exclusivamente dos pais. A introdução precoce e incorreta do açúcar pode levar a um caminho complicado para o futuro dos dentes, afirma a professora da USP Maria Salete.
 
— Uma mãe não orientada, quanto ao uso do açúcar para o bebê, constitui um aumento de risco e futuro desenvolvimento da doença cárie. A cárie aguda que ocorre de zero a três anos e o aleitamento é um dos fatores determinantes, talvez o mais forte, e é denominada de várias formas, tais como “cárie de mamadeira”, “cárie de aleitamento”, “cárie da mamadeira noturna” e “cárie por líquidos adocicados”. No Brasil, esse quadro tem sido denominado de “cárie precoce na infância”.
 
Por isso, a orientação à gestante feita pelo odontopediatria é fundamental para que ela conheça este tipo de doença.
 
— A cárie na criança entre três e 12 anos de idade ocorre devido ao uso abusivo com grande frequência de balas, chicletes, refrigerantes, bolachas e doces sem o controle da higiene.
 
R7

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