Foto: Ronald Mendes / Agencia RBS |
O PET-CT, um exame considerado fundamental por muitos médicos para o acompanhamento de pacientes que tiveram ou estão com câncer, passará a ser ofertado no Sistema Único de Saúde (SUS). A inclusão ocorre com atraso de pelo menos 13 anos em relação às clínicas particulares e num formato ainda muito acanhado, avaliam as sociedades médicas.
O acesso será permitido para pacientes com linfoma, câncer de intestino grosso com lesão hepática e em alguns casos de câncer de pulmão - uma lista de opções bem menor do que a ofertada para usuários de planos de saúde. Desde o início do ano, operadoras são obrigadas a garantir o exame para pelo menos oito indicações, entre elas, casos de câncer de mama, de pele e cabeça e pescoço.
— É o primeiro passo, mas esperávamos mais. Um número considerável de estudos já demonstrou que o uso do PET permite uma economia na área de saúde porque os tratamentos são mais dirigidos. Evitam-se cirurgias desnecessárias e, além disso, o exame traz mais chances de diagnosticar precocemente novos focos da patologia no paciente— afirmou o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, Celso Ramos.
A assessora técnica da Secretaria de Atenção à Saúde, Inez Gadelha, rebateu as críticas. Segundo ela, as sociedades médicas têm tendência a supervalorizar determinados exames de diagnóstico, já que são clínicas particulares.
Público
Pelos cálculos do Ministério da Saúde, 20 mil pacientes serão diretamente beneficiados pelo exame e o investimento previsto será de R$ 31 milhões anuais. Entretanto, Ramos se mostrou preocupado com a forma de implantação do sistema. Embora o PET, de forma geral, tenha um impacto positivo na economia, ele é um exame caro, visto que a dose do radiofármaco usado no teste custa, em média, R$ 800.
— É preciso garantir que o tratamento seja feito com qualidade. De nada adiantaria pagar pelo procedimento uma quantia baixa se houver uma redução na qualidade do teste— alerta.
A incorporação do PET no SUS não será imediata. O governo terá até 180 dias para regular como e quando isso será feito. De acordo com Inez, o exame está disponível em 21 estados brasileiros. Ramos informou haver, no país, 100 centros que ofertam o exame tanto para pacientes particulares quanto para usuários de planos de saúde.
Estrutura
Na avaliação do médico, a infraestrutura existente é suficiente para atender a demanda do sistema público, pois existiriam muitos centros com capacidade ociosa e o exame seria indicado para um grupo específico. A produção de radiofármacos também seria capaz de atender a procura crescente.
Atualmente, há 11 centros produtores no Brasil, quatro deles do governo. Ramos explica que o exame PET-Scan é usado tanto para identificar a presença de tumores, encontrar novos focos da doença e avaliar a resposta que o paciente apresenta à terapia. Por isso, na sua opinião, ele seria uma ferramenta essencial para definir, por exemplo, a melhor indicação de tratamento.
Estadão / Zero Hora
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