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sábado, 10 de maio de 2014

Reforma de prédio atrasa e pacientes ainda sofrem no Hospital do Servidor de SP

 Foto: iG São Paulo
Pacientes aguardam atendimento no setor de ortopedia
Reportagem esteve na ortopedia nesta quinta-feira (8) e viu corredores lotados e muita espera para consultas e exames
 
Apesar de promessas de aumentos no número de atendimentos, os problemas e a lotação ainda continuam no Hospital do Servidor Público, na região do Ibirapuera, zona sul de São Paulo.
 
Na área da ortopedia, os pacientes, na maioria idosos, esperam horas para realizarem exames simples, como raio-x, mesmo com consultas agendadas. O hospital passa por reformas, que deveriam ter sido entreguem no mês passado.
 
A reportagem esteve no hospital na manhã desta quinta-feira (8) e encontrou a sala de espera do setor lotada de pacientes, parte deles em cadeiras de rodas e usando bengalas.
 
Moradora do Jardim Miriam, também na zona sul, a oficial de RH Heloísa de Paula Vitor, 49 anos, estava acompanhando o pai, Francisco de Paulo Vitor, 79 anos, para uma consulta. Heloísa diz que o pai sente muitas dores na região lombar e que só conseguiu a consulta porque outro paciente desistiu. “Não estava conseguindo marcar a consulta pelo site e nem ´pelo telefone. Tem vezes que a espera é de 30 a 60 dias. Como ele precisa de um especialista no quadril, a coisa complica. Consegui um encaixe de uma desistência depois de tentar por mais de 40 dias, ligando diariamente”, diz.
 
Ela diz que chegou ao hospital por volta das 6h e às 9h, o pai dela ainda não tinha sido atendido.
 
Situação parecida vivenciou a auxiliar de saúde Maria do Carmo Bernardo Belarmino, 65 anos, que estava esperando atendimento para a mãe, a aposentada Eurídice Bernardo da Silva, 81 anos, que tem problema na coluna e no fêmur, e precisa de uma bengala para se locomover.
 
“Ficamos 40 minutos na fila em pé para fazer a ficha para fazer um raio-x”, diz. Segundo Maria do Carmo, antes de passar com o médico, todos pacientes têm que realizar o exame de raio-x. “Já passou a hora da consulta e ainda nem fizemos a chapa”, diz. A consulta estava marcada para as 8h40, segundo ela. A reportagem conversou com a dupla às 9h10. Maria do Carmo diz que como a mãe não consegue andar, gastou R$ 250 de táxi entre a casa dela, em Arthur Alvim, zona leste, e o hospital.
 
Farmácia
O setor da farmácia também é alvo de reclamações de pacientes. Por volta das 7h, pouco antes do espaço abrir, cerca de 80 pessoas aguardavam na fila. Primeiro a ser atendido, o aposentado Antonio Carlos de Araújo, 72 anos, chegou às 5h da manhã no hospital.
 
“Se não chegar cedo, saio muito tarde daqui”, disse ele, que sai de Marilia, interior de São Paulo, pelo menos uma vez a cada três meses para pegar remédios contra o câncer. Após a abertura da farmácia, no entanto, ele diz ter sido atendido rápido e ter conseguido pegar a medicação.
 
Terceira na fila da farmácia, a professora Ilana Marin, 41 anos, não teve a mesma sorte e não conseguiu a medicação para a filha, de oito anos, que um problema hormonal. Ela disse que, por causa da falta do remédio, terá que marcar uma nova consulta com o médico para que ele possa receitar outro medicamento. “Ela tomava uma injeção, que começou a dar uma reação alérgica nela.
 
O médico trocou, mas não tem. Eles me deram vários números de outras farmácias para ligar, mas não atendem em nenhuma delas. Vou ter que voltar com o médico para fazer outra receita com a medicação antiga”, lamentou.
 
Resposta
O Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), responsável pela administração do hospital do Servidor Público, informou que “lamenta os inconvenites causados pelo atraso [da reforma e ampliação dos prédios].
 
“Obviamente que a obra também interfere diretamente na limitação do espaço físico para atendimento aos pacientes. Mas é importante ressaltar que ninguém, absolutamente ninguém, fica sem assistência”.
 
O instituto informou que as obras do Pronto Socorro já foram concluídas e que o espaço está em fase de montagem de equipamentos. Segundo nota enviada a reportagem, foram investidos R$ 147 milhões na reforma. A autarquia não informou a data de entrega do hospital.
 
Sobre o setor de ortopedia, o instituto informou que atende em média 4.500 consultas ambulatoriais por mês. “São ofertadas além de consultas gerais, atendimento em grupos específicos e casos oncológicos. Muitas vezes, devido à complexidade dos casos, as consultas demandam maior tempo de atendimento”.
 
iG

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