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domingo, 18 de maio de 2014

Uso regular de relaxantes musculares pode prejudicar diagnósticos

Uso regular de relaxantes musculares pode prejudicar diagnósticos Ricardo Wolffenbüttel/Agencia RBS
Foto: Ricardo Wolffenbüttel / Agencia RBS
A automedicação em doses inadequadas pode trazer outros
 danos à saúde
Ao amenizar a dor, os medicamentos disfarçam as causas do problema
 
A dor nas costas é uma queixa frequente entre homens e mulheres de diferentes faixas etárias. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que 80% da população mundial já sentiram ou vão sentir alguma dor na coluna.
 
Para aliviar a incidência dos sintomas, muitos recorrem ao uso de relaxantes musculares ou analgésicos. Mas será que a estratégia é correta? O médico neurocirurgião Paulo Porto de Melo diz que a prática não é aconselhável, pois pode trazer um dano ainda maior à coluna.
 
Por que prejudica o diagnóstico?
A razão é que como o medicamento atua diminuindo as dores, a pessoa deixa de recorrer ao médico para identificar, de fato, quais são os motivos da incidência.
 
— Como o próprio nome indica, os relaxantes musculares agem relaxando a tensão muscular. Já os analgésicos agem aliviando a dor. Ambos os medicamentos atuam localmente no controle do incômodo. No entanto, não possuem uma intervenção mais abrangente para tratá-lo — alerta Melo.
 
Como os medicamentos analgésicos e relaxantes musculares atuam inibindo a ação dos receptores de dor, situados no sistema nervoso central, impedem que o corpo envie o estímulo que serve de alerta para que o indivíduo deixe de realizar algo que está prejudicando a coluna.
 
— O analgésico central, por exemplo, atua diretamente no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal), alterando a percepção de dor para todo o corpo. Com isso, dificulta o ponto específico em que a dor incide — explica o médico.
 
Remédios nas doses erradas podem ter efeitos colaterais
A automedicação em doses inadequadas pode trazer outros danos à saúde. Mesmo os analgésicos chamados simples, como o paracetamol e a dipirona, quando administrados nas doses erradas, podem ter efeitos colaterais pequenos e agravar no surgimento de dores no estômago em longo prazo. O uso excessivo e prolongado pode causar sangramento e lesão renal.
 
O médico informa que, em casos de aparecimento de dores nas costas, o mais indicado é buscar ajuda de um especialista para que este indique as causas do problema e qual é o melhor tratamento.
 
— Dores que tem duração de mais de três meses não devem ser ignoradas, pois podem indicar uma doença reumática inflamatória. Quanto mais tardio é o tratamento, maiores são os danos causadas à coluna. O uso de medicamentos só deve ser feito sob recomendação — finaliza o especialista.
 
Zero Hora

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