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terça-feira, 3 de junho de 2014

Anvisa vai investigar caso de morte de criança que dependia de remédio derivado de maconha

Reprodução/Facebook
Após morte de criança, mãe postou uma mensagem sobre o
filho no Facebook
Medicamento, importado dos Estados Unidos, ficou retido por 40 dias
 
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)  determinou a abertura de um processo de investigação sobre o caso do menino Gustavo Guedes, morto neste domingo (1º), em Brasília. A criança, de um ano e quatro meses, sofria uma doença rara que provoca crises epilépticas e dependia de um remédio, importado dos Estados Unidos, feito com uma substância extraída da maconha, o canabidol.   O corpo do bebê foi enterrado em Fortaleza (CE), nesta segunda-feira (2). 
 
A criança chegou a utilizar o medicamento por cerca de dez dias. Antes disso, o remédio havia ficado retido na alfândega por 40 dias. Em nota, a Anvisa afirmou que autorizou, no dia 17 de abril, a família do menino a importar, em caráter excepcional o remédio.   
 
A mãe da criança, Camila Guedes, postou a imagem de uma borboleta em sua página do Facebook e recebeu dezenas de mensagens de conforto. "Deus abençoe vocês, sinta-se abraçada. Você amou intensamente o Gustavo e lutou incansavelmente por ele", dizia um dos textos. 
 
Embora a comercialização de medicamentos com esta substância ainda seja proibida no Brasil, os pacientes que tenham a prescrição para utilizar esse remédio podem abrir um pedido junto à Anvisa para importá-lo.  
 
De acordo com a agência, isso é necessário porque medicamentos sem registro no País não contam com dados de eficácia e segurança registrados na Anvisa. Por isso, cabe ao profissional médico a responsabilidade pela indicação do produto, juntamente com sua dosagem e forma de uso.   
 
Os pais de uma criança de Brasília também entraram na Justiça para que a importação do remédio fosse autorizada para a filha. Katiele e Norberto Fischer travaram uma batalha judicial e conseguiram o direito de importar o medicamento, ilegal no Brasil, e que diminuiu consideravelmente o número de convulsões diárias sofridas pela filha, portadora da doença rara CDKL 5.    
 
A criança chegava a apresentar 60 quadros convulsivos por semana antes do uso do medicamento. Nove semanas depois do uso do Canabidiol, as crises ficaram mais espaçadas e ela chegou a passar semanas sem uma convulsão.     

R7

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