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domingo, 29 de junho de 2014

Pacientes com fibromialgia podem ter dificuldade para dormir; saiba tratar

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Foto: Reprodução
Ainda não sabe qual a relação entre a doença e a qualidade do sono

Por Dra. Ieda Laurindo

Para qualquer indivíduo o sono deve ser uma experiência restauradora, todos devem se sentir mais bem dispostos ao levantar do que ao deitar. Para o paciente com fibromialgia é frequente ocorrer o inverso, o paciente acorda mais cansado do que ao deitar - é o chamado sono não reparador.  Cerca de 75% dos pacientes com fibromialgia relatam alterações do sono, particularmente sono não reparador, atribuindo-se uma relação entre dor e alterações do sono. Entretanto, não existem evidencias comprovando esta relação, bem como não existem dados que permitam afirmar se estamos diante de uma relação causal, de uma consequência ou mecanismo de manutenção das condições de dor crônica.

A polissonografia é um método não invasivo (vagamente semelhante a um eletrocardiograma, embora mais complexo) que permite o estudo dos padrões de sono. Em muitos pacientes com fibromialgia é possível observar uma arquitetura, um padrão do sono alterado.

O padrão normal de sono compreende diferentes estágios, que se repetem. No início da noite o estágio REM dura cerca de 10 minutos tornando-se mais demorado próximo ao despertar. Existe um aumento da latência para o início do sono, um aumento do número de microdespertares noturnos, redução da quantidade da fase restauradora do sono e mais intrusões de ondas alfas nos estágios caracterizados pelas ondas delta.

A importância do sono para o bem estar do indivíduo é clara e tem sido demonstrada em diferentes estudos. Uma noite bem dormida é necessária para recuperação de qualquer doença, é parte da convalescência e do crescimento. Privar um indivíduo do sono leva a alterações de humor, atenção, piora as dores pré-existentes, é uma forma de tortura.

Recomenda-se que o ambiente reservado para o repouso deva ser calmo, silencioso procurando-se "deixar as preocupações do lado de fora". Para alguns, anotar as obrigações do dia seguinte ou as preocupações do momento, dedicando alguns minutos da noite a programar o dia seguinte ou a compartimentalizar o que pode ou não ser feito, o que está ou não dentro da sua esfera de influência, pode ajudar.

Várias são as técnicas sugeridas, desde música suave, leitura, banho quente, aromas, exercícios de relaxamento. É importante também dormir e acordar em horários regulares, preferencialmente acompanhando a luz solar, favorecendo o ritmo circadiano.
 Finalmente, existem medicamentos, diferentes tipos, que podem ajudar sem causar hábito. Sobretudo podem contribuir para um adequado repouso noturno durante a fase inicial de tratamento, durante o início de um programa de exercícios.

Como para qualquer doença o tratamento deve ser individualizado, o que funciona para um paciente pode ser totalmente ineficaz em outro. Esta é uma situação em que discutir as diferentes possibilidades com o médico, (procurando aquela mais adequada à personalidade e ao estilo de vida do paciente), permite alcançar os melhores resultados.

Referências
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