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Por Dr. Ralcyon Teixeira
Animais peçonhentos
são aqueles que produzem veneno e são capazes de inocular o veneno por
meio de estruturas próprias (dente, ferrão, aguilhão, cerdas) para fins
de caça ou defesa própria. Cobras, aranhas, escorpiões, lacraias,
taturanas, vespas, formigas, abelhas e marimbondos são exemplos dessa
categoria. Estima-se que ocorram anualmente no Brasil cerca de 26.000
casos de acidentes com serpentes, 21.000 com aranhas e 39.000 com
escorpiões, havendo mortes relacionadas a esse tipo de acidente ou
sequelas físicas graves.
Todo território
nacional apresenta animais peçonhentos, o que varia entre as regiões é o
tipo e o grupo de animal encontrado, mas lembrando que áreas de mata
fechada ou caatinga são mais propensas a ter serpentes, enquanto que
áreas de terrenos baldios com presença de entulhos são mais propícios a
ter a presença de escorpião ou aranhas. Apesar de parecerem assustadoras
para algumas pessoas, esses animais tem uma importante função dentro do
ecossistema em que vivem. Dessa forma temos que evitar o acidente com
esses animais e não os matar de forma indiscriminada.
Os principais sinais e sintomas iniciais pós-acidente são a dor
(podendo ou não ter a marca da picada), vermelhidão, inchaço, hematoma
(pele fica de cor roxa) e formação de bolhas no local. Esses achados
podem evoluir para formas mais graves e a dor pode passar a ser muito
forte. Depois dessa primeira fase, dependendo do local do corpo afetado e
do animal em questão, sintomas mais graves podem aparecer, como
hemorragias importantes, perda da força muscular e queda da pressão
arterial.
As principais condutas frente a uma suspeita de
acidente com animal peçonhento é acalmar a vítima, não deixar que ela se
movimente muito, elevar o membro atingido, lavar o ferimento com água e
sabão, chamar socorro médico ou levar a pessoa acidentada ao hospital
mais próximo ou a um centro especializado em atendimento de acidentes
com animais peçonhentos (como é o Instituto Butantã aqui na cidade de
São Paulo). Ofereça muita água para a vítima do acidente.
Não pise na bola
Os
principais erros envolvidos no tratamento de picadas de animais
peçonhentos são intervenções inadequadas como torniquete (amarrar o
local), sugar o ferimento com a boca, cortar o local afetado e uso de
substâncias contaminadas no local da picada (como por exemplo: pó de
café, teia de aranha, urina, terra). Se possível e não houver perigo,
leve o animal envolvido no acidente em transporte adequado para que seja
feito seu reconhecimento em local especializado. Isso facilita o
diagnóstico e tratamento da vítima.
O tratamento consiste em
caracterizar o tipo de acidente e o animal envolvido, realizar
medicações para dor, hidratação e administrar precocemente o antiveneno.
Quanto mais cedo for administrado o antiveneno, melhor o prognóstico do
paciente, por isso que a procura de um serviço de saúde deve ser a mais
rápida possível.
Prevenção
A melhor forma de evitar
acidentes é adotar medidas de prevenção. Por isso, se recomenda manter a
casa e a área ao redor limpas, uma vez que o lixo e entulhos podem
servir de abrigo para muitos destes animais. Também é importante ficar
atento à limpeza de armários, já que ambientes escuros e úmidos servem
de esconderijos para aranhas e escorpiões. Vedar frestas e buracos em
paredes, assoalhos, forros, meias-canas e rodapé, além de utilizar telas
e vedantes em portas, janelas e ralos, são outras formas de evitar a
presença dos animais peçonhentos. Moradores de área rural e
trabalhadores da agricultura e turistas não podem deixar de usar luvas e
botas de cano alto e calça ao entrar em regiões de matas ou plantações.
Minha Vida
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