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Muitos infartos de causas desconhecidas podem ser resultado de uma irregularidade
no ritmo cardíaco
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Nos Estados Unidos, mais de meio milhão de pessoas sofrem a cada ano um infarto isquêmico
Um monitor cardíaco implantado em pacientes que sofreram um infarto
cerebral de causa desconhecida melhora a detecção da fibrilação atrial,
segundo um estudo publicado nesta quinta-feira (26) a revista The New
England Journal of Medicine.
O estudo foi coordenado por Tomasso Sanna, da Universidade do Sagrado
Coração em Roma (Itália), e indica que muitos dos infartos cuja causa
não é conhecida podem ser resultado de uma irregularidade no ritmo
cardíaco. Nos Estados Unidos, mais de meio milhão de pessoas sofrem a
cada ano um infarto isquêmico, a forma mais comum de infarto que obstrui
o fluxo de sangue para o cérebro, e pelo menos um de cada quatro desses
casos não tem causa aparente.
Segundo o artigo, "as normas atuais recomendam uma vigilância com
eletrocardiograma pelo menos durante 24 horas após um infarto isquêmico
para descartar a fibrilação atrial".
A fibrilação atrial é um transtorno do ritmo cardíaco quando uma das
câmaras do coração desenvolve múltiplos circuitos de reentrada que os
tornam caóticos, causando arritmia na contração do músculo do coração.
Mas não se estabeleceram a duração e o tipo de vigilância mais efetivos,
e a causa do infarto isquêmico continua sendo incerta, apesar de uma
avaliação completa para diagnóstico, em 20% a 40% dos casos.
Após um infarto, os médicos geralmente receitam um remédio que torne o
sangue mais fluido - como uma dose baixa de aspirina diária - mas isso
apenas não evita outros infartos se o paciente sofrer uma fibrilação. Em
geral, esses pacientes requerem anticoagulantes mais fortes.
A equipe de Sanna realizou um estudo aleatório de 441 pacientes para
avaliar se a vigilância de longo prazo com um monitor cardíaco
implantável era mais eficaz que o acompanhamento convencional para a
detecção da fibrilação. Os pacientes maiores de 40 anos que não
mostravam sinais de fibrilação atrial durante pelo menos 24 horas de
vigilância com o eletrocardiograma foram submetidos a uma observação
aleatória dentro de 90 dias depois do infarto.
O artigo diz que "a meta principal era determinar o tempo até a
primeira detecção de fibrilação atrial, com uma duração de pelo menos 30
segundos, dentro de seis meses".
Outro propósito secundário era determinar o tempo da primeira detecção
de fibrilação atrial dentro dos 12 meses. Dentro dos seis meses os
pesquisadores detectaram a fibrilação atrial em 8,9% dos pacientes no
grupo de 19 pacientes em quem foi implantado o monitor cardíaco,
comparado com 1,4% entre os três pacientes no grupo de controle.
Dentro dos 12 meses foi detectada a fibrilação atrial em 12,4% dos 29
pacientes com o monitor cardíaco, comparado com apenas 2% nos quatro
pacientes do grupo de controle.
Efe / R7
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