O vírus foi detectado pela primeira vez em 1976 na República Democrática do Congo
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"A OMS aceitou as conclusões" da Comissão de Emergência
Sanitária, que esteve reunida quarta (6) e quinta-feira desta semana em
Genebra, informou a diretora-geral da organização, Margaret Chan.
Segundo ela, a comissão foi unânime em considerar que se verificam as
condições de uma emergência de saúde pública de alcance mundial. Diante
de uma situação que continua a agravar-se, é necessária uma resposta
internacional coordenada para "travar e fazer recuar a propagação
internacional do ébola", acrescentou.
A epidemia de ebola, que já
causou a morte de cerca de mil pessoas desde o início do ano, com mais
de 1.700 casos suspeitos, é a mais mais grave das últimas quatro
décadas, destacou Chan.
Ela disse que os países da África
Ocidental mais atingidos - Libéria, Serra Leoa, Guiné-Conacri e Nigéria -
não têm meios para responder sozinhos à doença e pediu à comunidade
internacional que forneça o apoio necessário.
A comissão alertou
que os Estados devem estar preparados para detectar e tratar casos de ebola, além de facilitar a retirada de cidadãos, em particular pessoal
médico, que estiveram expostos ao vírus da febre hemorrágica.
A
comissão lembrou que os chefes de Estado dos países afetados devem
"decretar estado de emergência" e "dirigir-se pessoalmente à nação para
fornecer informações sobre a situação".
O responsável da OMS para a epidemia, Keiji Fukuda, adjunto de
Margaret Chan, disse que a quarentena de pessoas suspeitas de infecção
deve ser 30 dias, já que o tempo de incubação é 21 dias.
As
pessoas que estiveram em contato com os doentes, à exceção do pessoal
médico equipado com roupa protetora, não devem ser autorizadas a viajar.
Keiji
Fukuda lembrou ainda que as tripulações de voos comerciais, que se
desloquem a países afetados, devem receber formação específica e
material médico para proteção pessoal e dos passageiros.
"Impedir as companhias aéreas de viajar para esses países iria afetar a sua economia", observou Chan.
A
comissão recomendou também que todas as pessoas que saiam de países
afetados sejam examinadas nos aeroportos, portos e principais postos
fronteiriços, mediante um questionário e medição da temperatura, devendo
ser impedidos de viajar quaisquer casos suspeitos.
O vírus já
causou pelo menos 932 mortos e infectou mais de 1.700 pessoas desde que
surgiu, no início do ano, na Guiné-Conacri, de acordo com a OMS.
A
Libéria, a Guiné-Conacri e Serra Leoa decretaram estado de emergência. O
vírus do ebola é transmitido por contato direto com o sangue, líquidos
ou tecidos de pessoas ou animais infectados.
A febre manifesta-se
por meio de hemorragias, vômitos e diarreias. A taxa de mortalidade
varia entre 25% e 90% e não é conhecida uma vacina contra a doença.
O vírus foi detectado pela primeira vez em 1976 na República Democrática do Congo.
Agência Brasil
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