A sinusite
é a inflamação da camada que reveste a cavidade nasal e os seios
da face, a mucosa
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Por Dra. Samanta Dall'Agnese
A sinusite
é a inflamação da camada que reveste a cavidade nasal e os seios da
face, a mucosa. O termo mais correto é rinossinusite. A mucosa nasal
possui tipos específicos de células que contêm cílios, que auxiliam a
filtrar as impurezas do ar, e glândulas que produzem o muco. O muco tem o
papel de umidificar o ar, evitar que microorganismos como bactérias e
vírus se liguem ao nosso organismo e auxiliar na limpeza de substâncias
como partículas de poeira. Os cílios se encarregam de carregar o muco
para a parte posterior da cavidade nasal, onde será eliminado.
Os seios da face (ou paranasais) são espaços preenchidos por ar no
interior dos ossos da face, que são preenchidos por mucosa muito
semelhante à mucosa nasal. A mucosa dos seios também produz muco, que é
drenado para dentro da cavidade nasal através de orifícios. A origem da
sinusite se dá justamente no bloqueio desta passagem. Problemas
anatômicos e inflamação da mucosa próxima aos orifícios são os
principais responsáveis.
Dentre as alterações anatômicas, podemos
citar o desvio do septo nasal e a presença de pólipos nasais. Corpos
estranhos, como fragmentos dentários no interior dos seios, também podem
levar a uma inflamação da mucosa. Isso usualmente ocorre após extração
dentária e cirurgias para implante dentário. Já a inflamação da mucosa
próxima aos orifícios ocorre nas seguintes situações: processos
alérgicos e infecciosos.
A rinite alérgica causa uma inflamação, com
consequente edema (inchaço) da mucosa nasal, que, por sua vez, não
permite a drenagem do muco. Quadros infecciosos virais, como gripes e
resfriados, também levam a esta inflamação. Sem drenagem, o muco se
acumula dentro dos seios, criando um meio de cultura para bactérias,
que, ao se proliferar, levam à sinusite.
Algumas situações facilitam a
ocorrência das sinusites. Tanto o tabagismo ativo quanto o passivo são
fatores de risco comprovados. Portadores de doenças como a fibrose
cística, que altera as características do muco, e a discinesia ciliar,
que prejudica a função dos cílios, apresentam quadros recorrentes de
sinusites.
A sinusite pode ser aguda ou crônica, dependendo da
duração. Sinusite aguda é aquela que dura até 3 meses. Os sintomas da
sinusite aguda e crônica são semelhantes, mas no quadro agudo eles
costumam ser mais intensos, com febre, cansaço, dores pelo corpo. Na
sinusite crônica, predominam sintomas nasais e tosse.
Identificar os sintomas antecipa tratamento
Os
sintomas que definem as sinusites são: obstrução nasal (nariz
entupido), secreção nasal (catarro que escorre pelo nariz ou pela
garganta), redução ou ausência do sentido do olfato (hiposmia) e
dor-de-cabeça, febre e tosse. Nas crianças, predominam os sintomas de
febre e tosse. Como podemos ver, a sinusite se manifesta de forma muito
semelhante aos quadros virais, como resfriado e gripe. O que diferencia
as duas situações é a duração e a intensidade dos sintomas.
Devemos
ficar atentos para a sinusite quando os sintomas de um resfriado
persistem após 10 dias ou pioram após o quinto dia. Neste momento, a
avaliação do otorrinolaringologista pode confirmar o diagnóstico, que é
clínico, baseado nos sintomas e no exame físico. O exame de raio-x da
face não é necessário para o diagnóstico da sinusite. O especialista
então avaliará a necessidade do uso de antibióticos.
O uso
recorrente de antibióticos para sinusite recorrente ou crônica também
deve ser investigado. Neste caso, exames adicionais, como tomografia da
face, podem ser necessários.
Tanto nos casos alérgicos quanto nas
infecções virais, o tratamento visa amenizar os sintomas e evitar a
progressão para a sinusite. Mesmo quando instalada a doença, casos leves
e iniciais podem ser tratados com corticóides nasais e lavagem nasal
com soro fisiológico. A tendência atual é do uso cada vez menor de
antibióticos, que devem ser indicados com cautela pelo risco da
resistência bacteriana. Uma informação importante é que os corticóides
nasais são medicações seguras, liberadas para crianças a partir dos 2
anos de idade, e que não causam os efeitos colaterais que os corticóides
orais podem gerar. E quando o especialista indicar o tratamento com
antibiótico, o tratamento precoce levará a uma recuperação mais rápida.
Minha Vida
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