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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Teste genético em recém-nascido pode direcionar estilo de vida

Thinkstock
Hábitos saudáveis desde a infância podem reverter a possível "sina" escrita
nos genes
Para possível tendência genética a colesterol alto, monitorar a alimentação desde cedo é uma saída; se a propensão é ter problemas cardíacos, é preciso ficar bem longe do cigarro 

Um teste genético, já disponível em algumas clínicas e hospitais, é capaz de prever se um recém-nascido tem mais propensão a desenvolver doenças crônicas ou até mesmo se tornar obeso ou vítima de morte súbita no futuro. A boa notícia é que o resultado do mapeamento genético não é apenas um diagnóstico adiantado, pode ser também uma ferramenta para que a família saiba cultivar hábitos adequados, afirmam os especialistas.

É o que se chama de influência ambiental. Um exmplo é o cigarro. Como todo mundo sabe, fumar faz mal. Mas, para aqueles que têm geneticamente uma chance maior de desenvolver enfisema pulmonar, o cigarro será ainda mais maléfico. Uma criança com chance maior para enfinsema pulmonar precisa crescer muito consciente da distância que deve manter do tabaco. 

O mesmo vale para o colesterol por razões genéticas. Se um bebê tem cravado nos genes uma predisposição maior a ter colesterol ruim aumentado, é importante que os pais estejam atentos desde o início quanto à alimentação e a importância da prática de exercícios físicos.

“O risco cardiovascular é cumulativo. Se a pessoa nunca teve uma vida regrada e depois de mais velho começa a ter, não vai melhorar muito”, explica Ciro Martinhago, membro do departamento de genética do Hospital Albert Einstein e diretor da Chromosome Medicina Genômica. 

Se essa criança for educada à base de comida industrializada rica em gorduras, é provável que problema surja com intensidade. E pode trazer consigo uma outra vilã também mapeado geneticamente: a obesidade. Martinhago explica que certas pessoas apresentam oito vezes mais chance genética de se tornarem obesas no futuro. São chances, é possível que o gene não se expresse, mas, quando se sabe dessa probabilidade, o ideal é ter uma alimentação saudável, regrada e acompanhada por nutricionista desde a época das fraldas.

Há também uma probabilidade genética de se ter baixa densidade óssea, ou seja, ser mais susceptível à osteoporose. Para quem tem essa probabilidade, acompanhar mais de perto a quantidade de vitamina D no corpo é o ideal a se fazer. “Se souber disso ainda na infância, já vai otimizar a porcentagem de vitamina que a criança precisa”, defende Martinhago.

O mapeamento, feito por um exame de sangue ou saliva, tem custo de R$ 800 a R$ 1.200. E, além de doenças, os genes indicam como metabolismo vai reagir a cada tipo de remédio, o que pode individualizar tratamento. 

Veja doenças que um teste genético já consegue identificar:

Colesterol genético: se a pessoa não abusa de alimentos gordurosos e mesmo assim tem o colesterol nas alturas, pode ser genético. O teste mostra se há um risco aumentado para a doença, mas não consegue estimar a porcentagem a mais.

Obesidade: uns comem bastante e continuam magros. Outros comem uma migalha e parece que, só de sentir cheiro de comida, engordam. A resposta, mais uma vez, está na genética, já que de 40% a 70% da obesidade é por culpa dos genes (o restante é por questões ambientais, como hábitos de vida).

O teste consegue identificar quem tem maior predisposição a ficar obeso, bem como quem tem tendência a recuperar o peso perdido. É possível identificar a reação que a pessoa terá com carboidratos ou gorduras. Com isso em mãos, um nutricionista conseguiria adaptar uma dieta saudável desde muito cedo.

Problemas no coração: hábitos de vida influenciam mais no risco cardíaco do que a genética. No entanto, é possível identificar, por meio de marcadores genéticos, quem tem mais predisposição a sofrer um infarto.

Algumas pessoas, porém, têm um risco genético maior ao usar uma terapia específica para dissolver trombos que causaram um infarto, por exemplo. Se o indivíduo tem essa sensibilidade e o médico já sabe, usa outro tratamento. Uma escolha que poderia poupar vidas.

Diabetes tipo 2: mais de 370 milhões de pessoas no mundo são diabéticas, sendo que 90% delas sofrem do tipo 2 da doença. Um dos fatores ambientais de risco para a doença é o excesso de peso. Mas, mesmo em magros, o diabetes pode se instalar. A genética já consegue prever a probabilidade de se ter a doença ou não.

Atletismo: muitos treinam, treinam em não atingem o resultado que querem. O teste genético identifica se a criança tem tendência no esporte de explosão ou resistência, ou seja, se a pessoa que fizer natação será melhor nos 50 ou 200 metros, assim não frustra ninguém”, completa.

iG

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