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Hábitos saudáveis desde a infância podem reverter a possível
"sina" escrita
nos genes |
Para possível tendência genética a colesterol
alto, monitorar a alimentação desde cedo é uma saída; se a propensão é
ter problemas cardíacos, é preciso ficar bem longe do cigarro
Um teste genético, já disponível em algumas clínicas e
hospitais, é capaz de prever se um recém-nascido tem mais propensão a
desenvolver doenças crônicas ou até mesmo se tornar obeso ou vítima de
morte súbita no futuro. A boa notícia é que o resultado do mapeamento
genético não é apenas um diagnóstico adiantado, pode ser também uma
ferramenta para que a família saiba cultivar hábitos adequados, afirmam
os especialistas.
É
o que se chama de influência ambiental. Um exmplo é o cigarro. Como
todo mundo sabe, fumar faz mal. Mas, para aqueles que têm geneticamente
uma chance maior de desenvolver enfisema pulmonar, o cigarro será ainda
mais maléfico. Uma criança com chance maior para enfinsema pulmonar
precisa crescer muito consciente da distância que deve manter do
tabaco.
O mesmo vale para o colesterol por razões genéticas. Se
um bebê tem cravado nos genes uma predisposição maior a ter colesterol
ruim aumentado, é importante que os pais estejam atentos desde o início
quanto à alimentação e a importância da prática de exercícios físicos.
“O
risco cardiovascular é cumulativo. Se a pessoa nunca teve uma vida
regrada e depois de mais velho começa a ter, não vai melhorar muito”,
explica Ciro Martinhago, membro do departamento de genética do Hospital
Albert Einstein e diretor da Chromosome Medicina Genômica.
Se
essa criança for educada à base de comida industrializada rica em
gorduras, é provável que problema surja com intensidade. E pode trazer
consigo uma outra vilã também mapeado geneticamente: a obesidade.
Martinhago explica que certas pessoas apresentam oito vezes mais chance
genética de se tornarem obesas no futuro. São chances, é possível que o
gene não se expresse, mas, quando se sabe dessa probabilidade, o ideal é
ter uma alimentação saudável, regrada e acompanhada por nutricionista
desde a época das fraldas.
Há
também uma probabilidade genética de se ter baixa densidade óssea, ou
seja, ser mais susceptível à osteoporose. Para quem tem essa
probabilidade, acompanhar mais de perto a quantidade de vitamina D no
corpo é o ideal a se fazer. “Se souber disso ainda na infância, já vai
otimizar a porcentagem de vitamina que a criança precisa”, defende
Martinhago.
O mapeamento, feito por um exame de sangue ou saliva,
tem custo de R$ 800 a R$ 1.200. E, além de doenças, os genes indicam
como metabolismo vai reagir a cada tipo de remédio, o que pode
individualizar tratamento.
Veja doenças que um teste genético já consegue identificar:
Colesterol genético:
se a pessoa não abusa de alimentos gordurosos e mesmo assim tem o
colesterol nas alturas, pode ser genético. O teste mostra se há um risco
aumentado para a doença, mas não consegue estimar a porcentagem a mais.
Obesidade: uns comem bastante e continuam
magros. Outros comem uma migalha e parece que, só de sentir cheiro de
comida, engordam. A resposta, mais uma vez, está na genética, já que de
40% a 70% da obesidade é por culpa dos genes (o restante é por questões
ambientais, como hábitos de vida).
O
teste consegue identificar quem tem maior predisposição a ficar obeso,
bem como quem tem tendência a recuperar o peso perdido. É possível
identificar a reação que a pessoa terá com carboidratos ou gorduras. Com
isso em mãos, um nutricionista conseguiria adaptar uma dieta saudável
desde muito cedo.
Problemas no coração: hábitos
de vida influenciam mais no risco cardíaco do que a genética. No
entanto, é possível identificar, por meio de marcadores genéticos, quem
tem mais predisposição a sofrer um infarto.
Algumas
pessoas, porém, têm um risco genético maior ao usar uma terapia
específica para dissolver trombos que causaram um infarto, por exemplo.
Se o indivíduo tem essa sensibilidade e o médico já sabe, usa outro
tratamento. Uma escolha que poderia poupar vidas.
Diabetes tipo 2:
mais de 370 milhões de pessoas no mundo são diabéticas, sendo que 90%
delas sofrem do tipo 2 da doença. Um dos fatores ambientais de risco
para a doença é o excesso de peso. Mas, mesmo em magros, o diabetes pode
se instalar. A genética já consegue prever a probabilidade de se ter a
doença ou não.
Atletismo:
muitos treinam, treinam em não atingem o resultado que querem. O teste
genético identifica se a criança tem tendência no esporte de explosão ou
resistência, ou seja, se a pessoa que fizer natação será melhor nos 50
ou 200 metros, assim não frustra ninguém”, completa.
iG
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