Entidade pede que sejam aceleradas as pesquisas que trabalham na descoberta de uma vacina; mortes já passam de 1.500
A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que as infecções por
ebola estão aumentando a cada dia e que é possível que surjam novos
casos em países onde a doença ainda não chegou. A informação foi dada
pelo coordenador da ONU para o ebola, David Nabarro.
Também nesta
terça (2), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, divulgou
mensagem no Youtube sobre a epidemia do vírus, dizendo que conter o
ebola não será uma tarefa fácil. "Conter o avanço dessa doença não será
fácil, mas sabemos como fazer isso", disse ele na mensagem enviada aos
países do Oeste africano. O vídeo foi divulgado horas antes da reunião
entre David Nabarro, a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde,
Margaret Chan, e o secretário-geral adjunto da ONU, Jan Eliasson.
Para
as Nações Unidas, será complicado combater a proliferação do vírus.
Segundo Nabarro, será muito difícil definir os passos a serem tomados
para controlar a epidemia de ebola. Ele defendeu uma coordenação mundial
para lidar com a doença.
"Não
podemos aceitar a ideia de que perdemos a batalha contra o ebola. Temos
de reagir de maneira forte, porque a doença está avançando mais
depressa que os nossos esforços”, acrescentou. Na última semana, o
número de infectados na Guiné, em Serra Leoa e na Libéria superou os 3,5
mil, com mais de 1,5 mil mortes.
A ONU voltou a recomendar que os
cuidados básicos de saúde nos países afetados sejam mantidos, bem como
as condições hospitalares e o tratamento adequado para os pacientes. A
mesma recomendação foi feita por Obama em vídeo direcionado aos países
mais afetados.
Nabarro
reiterou a necessidade de as linhas áreas internacionais restabelecerem
os seus voos para os países atingidos, a fim de facilitar o trabalho de
socorro.
Para a OMS, este é o maior surto da história desde a
descoberta do vírus em 1976. Entretanto, a diretora-geral pediu que o
"alarmismo" seja evitado, sem deixar de destacar a necessidade da
prevenção bem feita. "Uma pessoa com suspeita de contaminação não pode
viajar", defendeu Margaret Chan.
Ela
também pediu que sejam aceleradas as pesquisas que trabalham na
descoberta de uma vacina. "Há duas ou três vacinas potenciais e é
importante que a comunidade científica una as suas forças nesta situação
sem precedentes. Temos de acelerar os testes experimentais e
utilizá-los de forma eticamente aceitável antes que passem a ser
produzidos de forma industrial”.
Na semana passada, o governo americano anunciou que vai começar neste mês os testes em humanos de uma vacina contra o vírus.
Agência Brasil
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