Divulgação / GID Brasil |
Grupo de pacientes de Belo Horizonte deve começar a se tratar neste mês
As terapias com células-tronco são o que há de mais
inovador para tratamentos e a cura de uma série de doenças, como
diabetes e esclerose múltipla, mas a dificuldade de acesso ao material
muitas vezes se torna um obstáculo. A técnica, que já usada em países da
Europa e da América do Norte, pretende facilitar esse acesso utilizando
a gordura humana como fonte das células.
Parte do tecido gorduroso, que contém alta concentração de
células-tronco adultas, é denominada porção estromovascular e pode, com
essa nova técnica, ser usada para cirurgias plásticas, reconstrução
corporal após trauma, câncer de mama, pé diabético, queimaduras e
cicatrizes. O grande avanço da novidade é o fato de não serem usadas
células-tronco embrionárias, nem haver necessidade de cultura das
células em bancos.
“Quando procuramos um tecido
para qualquer tipo de enxerto no organismo, estamos em busca de uma
fonte que tenha muito volume e que seja viável. A gordura varia de 15% a
até 50% do peso corporal conforme o indivíduo, e cada 1 ml (de gordura)
contém dez vezes mais células do que no sangue ou na medula óssea. Ou
seja, a gordura é onde mais se encontra células-tronco”, explica o
médico mineiro Sérgio Vieira.
Lipo. Segundo
Vieira, a coleta de enxerto de gordura enriquecido com grande quantidade
de células-tronco já ficou conhecida popularmente como “gordura
aditivada” ou procedimento “2 em 1”, porque permite em uma única
intervenção cirúrgica (lipoaspiração) recolher, filtrar, separar,
concentrar e reintroduzir a porção estromovascular no próprio paciente.
“Isso permite uma maior estabilidade do tecido enxertado, cicatrização
mais rápida, rejeição zero, reabsorção mínima e resultados mais
previsíveis. O que mudou foi a preparação do tecido. O cirurgião tem
agora uma gordura que é mais eficaz e pode substituir o silicone. Nos
casos de pé diabético, por exemplo, a gordura enriquecida pode ser usada
como curativo”, explica.
Acesso
O Brasil será um dos dez primeiros países do mundo a receber a técnica
que foi desenvolvida na Universidade de Pittsburgh, dos Estados Unidos.
“Os primeiros procedimentos em Belo Horizonte devem ser feitos ainda
neste mês. Estamos preparando o primeiro grupo de pacientes, pois vamos
trazer estrangeiros para acompanhar os casos”, conta Vieira.
O Hospital Vila da Serra foi o escolhido para abrigar o Centro de
Terapia com Células-Tronco Adultas das Américas e para ser o parceiro da
GID Brasil – empresa sediada em Belo Horizonte e representante da
técnica no país. Além disso, também foi celebrado um acordo com a
Fundação Ezequiel Dias (Funed) para realização de pesquisa.
Vieira explica que, por enquanto, a técnica não será oferecida pelo
Sistema Único de Saúde (SUS), apenas de forma particular. “O kit para
realização da técnica foi registrado para cirurgia plástica, e o custo
de um equipamento para um procedimento de grande porte gira em torno de
US$ 4.000 (R$ 8.900)”, afirma.
Regenerativa
A capita mineira sedia, a partir de hoje, o Simpósio Gid Brasil, evento
que irá discutir outras formas de medicina regenerativa.
Evento na capital Simpósio GID Brasil de Medicina Regenerativa
Palestras: as terapias que utilizam tecido adiposo com células-tronco.
Data: hoje e amanhã.
Local: Promenade Golden
Flat (avenida Prudente de Moraes, 520, bairro Cidade Jardim). Horário:
hoje das 14h às 18h, e amanhã das 8h às 18h. Inscrições: gratuitas, pelo
site www.gidbrasil.com.br.
O Tempo
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