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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Idoso sente dores após cirurgia e descobre pano esquecido na barriga

Foto: Katielle Mendes/Arquivo Pessoal
Compressa saiu durante exame de ultrassom
Enfermeiros viram pedaço do pano saindo pelo corte, diz sobrinha-neta. Hospital em Araxá diz que está analisando o caso
 
Um idoso de 62 anos teve uma compressa costurada dentro da barriga após uma cirurgia de apendicite em Araxá, no Alto Paranaíba. José Gaspar Mendes, que é deficiente auditivo, ficou 18 dias com um pano de 20 x 30 cm no abdômen. Segundo a sobrinha-neta dele, a dona de casa Katielle Aparecida Mendes, o tio fez a cirurgia no dia 2 de outubro, sentiu muitas dores durante o pós-operatório e posteriormente o médico retirou os pontos, porém não percebeu o corpo estranho dentro do idoso. O Hospital Santa Casa de Misericórdia em Araxá informou ao G1 que está analisando o caso.
 
A família é de Santa Juliana e foi a Araxá para realizar a cirurgia. Katielle contou que sete dias após o procedimento José Gaspar chegou a ser internado devido às dores. “A cirurgia estava vazando muito. Era água com sangue. Os médicos da minha cidade disseram que não era normal, mas que não poderiam fazer nada, apenas o profissional que tinha atendido ele”, comentou.
 
Dois dias após ser internado, José Gaspar retornou a Araxá para retirar os pontos e fazer uma revisão. “O médico que fez a cirurgia nele retirou os pontos. Nós relatamos a dor que ele estava sentindo e sobre aquele líquido que estava vazando. Ele disse que era normal e voltamos para Santa Juliana”, contou.
 
Contudo, a dor que o senhor José Gaspar sentia dizia que tinha algo errado. No último domingo (19), durante um curativo, os enfermeiros que atendem o idoso viram que tinha algo saindo pelo corte, que ainda não tinha fechado. “A cirurgia foi abrindo e o pano chegou a sair uma ponta. O médico que estava no local pediu para não mexer, pois não sabia a gravidade do caso e na nossa cidade não temos estrutura para grandes procedimentos. Nós retornamos para casa e no outro dia fomos fazer uma ultrassom”, afirmou.
 
E foi durante este exame que ocorreu a surpresa. Segundo Katielle, durante o procedimento a compressa começou sair. “Não deu nem para fazer o ultrassom e o médico que estava atendendo terminou de retirar. Minha mãe começou a chorar de desespero, porque jamais imaginou que poderia ser um pano, pensamos que talvez seria uma gaze”, desabafou.
 
O médico de Araxá foi comunicado e a família foi até a cidade vizinha. “Ele nos atendeu e explicou que poderia ter ficado junto com o dreno. Ele fez exames no meu tio e graças a Deus não teve nada, nenhuma infecção. Mas agora eu vou procurar um advogado porque queremos Justiça”, disse.
 
O diretor administrativo do Hospital Santa Casa de Misericórdia, Adair Silva, disse que está analisando o caso. “Há uma Comissão de Ética e uma Comissão Médica que irá analisar o caso. Também vamos reforçar com os profissionais para redobrar a atenção dentro do centro-cirúrgico”, afirmou.
 
O G1 entrou em contato com o médico que realizou a cirurgia, que enviou uma nota por email. Confira abaixo a íntegra do procedimento:

"1. Em 3 de outubro de 2014, na Santa Casa de Misericórdia de Araxá, o paciente foi submetido à cirurgia de urgência para drenagem de abscesso abdominal.

 2. Recebeu alta no dia 7 de outubro em boas condições clínicas, com abscesso na ferida cirúrgica.

 3. Retornou em 13 de outubro, em bom estado geral, para a retirada dos pontos.

 4. Posteriormente, houve contato do médico de sua cidade que relatou ocorrência de secreção purulenta na ferida operatória.

 5. Foi solicitado o encaminhamento do paciente ao Hospital Casa do Caminho, em Araxá.

 6. No dia 20 de outubro, o paciente que foi submetido à avaliação clínica e cirúrgica, além de exames de sangue e tomografia computadorizada.

 7. O paciente ficou em observação por 48 horas sem necessidade de prescrição de qualquer medicação.

 8. Como os resultados não revelaram alterações patológicas, o paciente foi liberado em 22 de outubro. Encontrava-se assintomático e foi transportado para seu domicílio em veículo normal. Não foi necessária a prescrição de medicação. Tampouco houve restrição alimentar ou de atividades da vida diária.

 9. Atualmente, o paciente está em acompanhamento ambulatorial.
"
 
G1

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