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A maioria dos conselhos de autoajuda sobre como alterar os padrões de pensamentos destrutivos incide sobre os próprios pensamentos, encorajando as pessoas a refletir sobre suas atitudes e substituí-los por alternativas mais construtivas. Mas uma nova pesquisa publicada na “Journal of Behavior Therapy and Experimental Psychiatry” mostra que pode haver uma outra maneira de ganhar controle sobre a sua mente: andar como uma pessoa feliz.
“Não é de estranhar que o nosso estado de espírito, a forma como nos sentimos, afeta a forma como nós caminhamos, mas queríamos ver se a nossa maneira de mover também afetava o modo como nos sentimos”, explicou Nikolaus Troje, professor da Universidade de Queen, no Canadá e co-autor do estudo.
A fim de resolver esta questão, Troje e seus colegas decidiram investigar se ao incentivar as pessoas a andar igual a alguém com depressão ou caminhar de uma forma feliz afetaria sua memória de palavras emocionalmente carregadas. Nossa forma de reter informações emocionalmente carregadas é afetada pelo nosso estado de espírito: aqueles que sofrem de depressão lembram de palavras negativas com muito mais facilidade do que as mensagens positivas, especialmente quando a informação é sobre eles mesmos.
Usando uma esteira e um sistema de captura de movimento óptico incluindo 17 câmeras, os pesquisadores examinaram a marcha de 47 indivíduos. Metade dos participantes foram encorajados a imitar um estilo de andar depressivo, enquanto a outra metade se movia como uma pessoa feliz. A velocidade foi mantida igual para ambos os grupos.
Sem querer que os participantes soubessem sobre o que era o estudo, os pesquisadores evitaram usar descrições verbais sobre a caminhada desejada e usaram um medidor visual que respondeu à marcha dos sujeitos.
Durante o tempo na esteira, o experimentador leu uma lista de palavras positivas e negativas, pedindo aos participantes para decidir se cada palavra os descrevia bem. Em seguida, os participantes foram solicitados a repetir as palavras que conseguiam se lembrar. Os que haviam imitando uma caminhada deprimida recordaram mais palavras negativas do que aqueles que tinham marchado de forma feliz.
Este resultado indica que nossa caminhada influencia a forma como processamos informações, e os pesquisadores acreditam que a adaptação andar estilo poderia ter um lugar em tratamentos para a depressão. O viés de memória favorecendo informação negativa faz com que aqueles que sofrem da doença se sentir ainda pior, criando um efeito de espiral que pode ser um desafio para escapar.
"Se você pode quebrar esse ciclo vicioso, você pode ter uma ferramenta terapêutica forte para trabalhar com pacientes depressivos," disse Troje.
O Globo
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